São Paulo, domingo, 23 de julho de 1995
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Conflito com diretoria não tem vencedores, só feridos

TELÊ SANTANA

Vivi, nesta semana, meu momento mais difícil no São Paulo, desde que cheguei, em 1990.
Jamais imaginei que entraria em conflito com os dirigentes ou que eles tramassem a minha saída pelas costas.
Eu não merecia isso. Pensei que trabalharíamos juntos até o final.
O presidente do clube acabou optando pela minha permanência e pela saída dos diretores.
Mas, nesta história, não existe vencido, nem vencedor. Todos acabaram feridos. A coisa aconteceu de uma maneira errada e o ambiente ficou péssimo. Não gostaria de provocar um racha na diretoria.
Seria muito mais simples e honesto os diretores me avisarem que não estavam satisfeitos com o meu trabalho.
Depois de uma conversa leal, sairia do clube, sem mágoas, ressentimentos ou animosidades.
Eu disse ao presidente que ele não deveria recorrer ao meu passado para me manter no clube.
Ele não tem a obrigação de me segurar pelo que já fiz ou pelos títulos que conquistei. Futebol é momento, é presente.
Gosto muito do São Paulo. Aqui, ganhei mais prestígio, reconhecimento e dinheiro e o clube ganhou títulos. Mas nada é eterno.
Como o presidente e alguns conselheiros insistiram muito para que eu continuasse, devo cumprir meu compromisso até o final do ano.
Nada, porém, impede a minha saída antes disso.
Quanto ao São Paulo, entendo que o time ficou um pouco desmoralizado com a má campanha deste ano.
Disse aos jogadores que nós, a comissão técnica e os atletas, somos responsáveis por essa situação e temos que reverter o quadro.
O time reagiu nas últimas partidas e isso é um bom sinal.
Mas o destaque deste domingo é a decisão da Copa América entre Brasil e Uruguai.
O Brasil começou devagar na competição, mas foi melhorando e fez a sua melhor exibição na vitória de 3 a 0 sobre a Colômbia.
Depois, com alguma sorte, eliminou o adversário mais difícil, a Argentina.
Por isso, acho que o Brasil é o favorito para conquistar o título.
Time por time, somos melhores, mesmo não contando com a força máxima. A única vantagem do Uruguai é jogar em casa.
A seleção brasileira tem jovens jogadores muitos bons e, projetando a Olimpíada do ano que vem, posso afirmar que estamos no caminho certo.

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