São Paulo, domingo, 23 de julho de 1995
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`Retardatário histórico' é adversário para brasileiros

MAURO TAGLIAFERRI
ENVIADO ESPECIAL A CLEVELAND

A última vez que um piloto brasileiro se preocupou com Eliseo Salazar foi no GP da Alemanha de F-1 em 1982. Depois de 13 anos, o mais famoso retardatário do Chile volta a ser uma sombra para corredores do Brasil.
Há mais de uma década, Nélson Piquet conduzia seu Brabham para o que seria uma vitória tranquila.
Foi quando Salazar entrou para a história do automobilismo brasileiro. Uma simples ultrapassagem do líder sobre um retardatário tornou-se um pesadelo para Piquet.
A cena foi antológica. Os dois se enroscando no meio da curva, a batida, ambos fora da prova.
Inconformado, Piquet saltou do Brabham e, ainda de capacete, atacou o chileno a socos e pontapés.
Não demorou e Salazar sumiu. Fez a vida como engenheiro comercial e importador de carros.
Voltou à baila neste ano, como estreante no campeonato de 95 da Indy, competindo pela Dick Simon. O estilo é absolutamente igual, um retardatário histórico.
Discretamente, porém, o chileno é o segundo colocado no ``Rookie of the year", torneio paralelo ao campeonato da Indy que premia o melhor calouro do ano.
Com 16 pontos, não chega a ameaçar a liderança do brasileiro Christian Fittipaldi, já com 46.
Mas é uma pedra no sapato de André Ribeiro -terceiro colocado com 15 pontos- e de Gil de Ferran -o quarto, com 11.
Os brasileiros afirmam não se preocupar com Salazar. ``Se for pensar nesses termos, fico louco. Tudo o que ele fez foi uma boa corrida em Indianápolis, onde chegou em quarto", disse Ferran.
``Não tenho noção de que lugar estou no campeonato. Isso não é nada para mim neste ano", falou Ribeiro.
Salazar disfarça. Perguntado sobre o que pensava de estar à frente dos brasileiros, limitou-se a sorrir.
Seja como for, os dois corredores do Brasil têm hoje, às 16h (de Brasília), no GP de Cleveland (EUA), 12ª etapa da Indy-95, uma chance de superar o chileno.
Com a pole conquistada ontem à tarde, Gil de Ferran deu o primeiro passo para alterar a situação.
Afinal, desdém à parte, terminar na poeira de Salazar não é, no mínimo, o que se pode chamar de uma boa estréia.

NA TV
SBT ao vivo, às 16h

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