São Paulo, domingo, 23 de julho de 1995
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Momento de decisão

JUCA KFOURI

O que esperar dos jogadores brasileiros que enfrentarão o Uruguai? De Taffarel, espera-se atenção. Ele parece que só fica ligado na hora do pênalti e não é de hoje que tem sido assim. Desde as eliminatórias para a Copa de 1994 tem cochilado, fica pensando sabe-se lá no quê e esquece de olhar os ataques adversários. Como são raros, facilitam a desconcentração. Lembremos: Taffarel pôs para dentro um gol da Bolívia em La Paz, falhou na saída num dos gols da Holanda na Copa, falhou nos dois gols da Argentina agora e tem soltado bolas que até Deus duvida -quem sabe é nele que o goleiro fique pensando.
De Jorginho não se pode esperar mais muita coisa, a não ser a entrada de Cafu no futuro próximo.
Aldair é absoluto. André Cruz, apesar de superior tecnicamente a Ronaldão, precisa se convencer de que, antes de mais nada, é zagueiro. Ronaldão, por sinal, é um gigante em decisões -remember Tóquio- e impõe respeito. Roberto Carlos é como Aldair.
Dunga é o jogador talhado para esta decisão. E César Sampaio precisa explodir como nos seus bons tempos de Palmeiras, porque até agora não foi capaz de substituir Mauro Silva à altura.
Juninho é um terror e é até compreensível que neste momento Zagallo dê preferência ao futebol de formiguinha de Zinho a fazer nova tentativa com o ótimo Leonardo -ou com Souza.
Na frente, já que Sávio teve todas as chances e ficou a léguas do jogador que o Flamengo revelou, Túlio e Edmundo -a cada jogo melhor- são a solução.
Isso posto, e voltando a Taffarel, resta rezar. E muito. Mas que dá para quebrar a impressionante invencibilidade uruguaia no estádio Centenário, lá isso dá.

Incomodado por uma irritação na pálpebra esquerda, o ex-presidente do Corinthians, Vicente Matheus, queixou-se a um amigo. ``É um terçol", diagnosticou o cidadão. Ao encontrar outro conhecido, Matheus já foi antecipando que estava com ``um terçol no olho". Mas isso é pleonasmo", retrucou o segundo. Quando um terceiro amigo perguntou ao folclórico ex-cartola o que ele tinha, Matheus não titubeou: ``Ah, sei lá. Cada um diz uma coisa. Ou é um terçol ou é um pleonasmo".

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