São Paulo, segunda-feira, 24 de julho de 1995
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Egito dá prazo para descoberta de farol

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Equipe de mergulhadores européia tenta achar partes do farol de Alexandria, destruído por terremotos
O governo do Egito deu um ultimato para que uma equipe de mergulhadores europeus descubra os restos do farol de Alexandria, considerada uma das “sete maravilhas” da Antiguidade.
Os restos do farol, que tinha o nome oficial de Faros, estão no fundo da costa de Alexandria, no mar Mediterrâneo. Ele foi construído há 2.200 anos e foi um dos maiores edifícios feitos pela antiga civilização egípcia.
O ultimato egípcio se deve ao fato de o governo do país estar colocando blocos de concreto na baía para conter a força do mar em tempestades, comuns a partir do fim do ano na região.
O objetivo é conter a agitação do mar durante as tempestades, que ameaça um forte do século 15 de pé na costa.
O farol foi construído em mármore durante o reinado de Ptolomeu 2º, com mais de 120 metros de altura. Sua lâmpada tinha o combustível elevado por um sistema hidráulico e produzia um facho de luz visível a mais de 20 km.
A base de Faros continha 300 cômodos para os operadores e mecânicos. Sua estrutura era octogonal e servia como depósito de armamentos.
O farol ficou de pé por 1.400 anos, até ser destruído por dois terremotos - o primeiro no ano 1100 e o segundo, em 1307.
Perto do local original do farol foi construído o forte Quait Bey, em 1479, que agora o governo egípcio quer proteger.
O forte havia sido parcialmente destruído em 1882 durante um ataque da Marinha britânica. O governo egípcio de Hosni Mubarak gastou pouco mais de cinco anos restaurando o forte.
Os egípcios começaram a afundar os blocos de concreto na água em 1993, gerando protestos de entidades de arqueólogos.
O programa de busca, de custo estimado de US$ 477 mil, começou no ano passado.
Os pesquisadores mapearam uma área de 19 mil metros quadrados e trabalham com uma equipe de 30 mergulhadores. Lideram a expedição britânicos, franceses e italianos.
Até agora, já foram encontrados blocos de 70 toneladas no local, mas ainda não foi possível definir se fazem parte do farol ou não.
“Mesmo que eles façam parte de Faros, creio que nós teremos que deixar os blocos lá. O melhor seria criar um sítio arqueológico submarino”, disse Jean-Pierre Cortegiani, membro da expedição, ao jornal londrino “The Times”.

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