São Paulo, segunda-feira, 24 de julho de 1995
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A tradição e a solução

JUCA KFOURI

O Brasil está jogando futebol desde sábado. E que futebol!
Começou com o Palmeiras mostrando com quantos gols se faz uma diferença.
A diferença entre um possível tricampeão paulista e um time que, no máximo, pode ter a alegria de ter sido convidado para uma festa que não era para ele.
Rivaldo jogou demais e Muller, ufa!, disse por que veio do Japão para defender o Verdão -uma rima pobre mas, quem sabe, uma solução.
Se o Palmeiras goleou um pequeno, o Corinthians mostrou autoridade contra um quase igual, o Santos.
Sim, no domingo a bola continuou rolando bonita nos pés dos jogadores brasileiros, capazes de vencer até tanta bobagem da cartolagem -rima ruim, sem solução.
Veja só: se Palmeiras e São Paulo -dois iguais- tivessem empatado no domingo retrasado, o Mogi, que levou cinco, seria o finalista para pegar o Corinthians.
Corinthians, que, com Marques redivivo e a magia de Marcelinho -além da volta de Souza-, mais a exuberância de Célio Silva, não será mais um simples azarão contra o Palmeiras -mesmo que Roberto Carlos também volte.
Será, enfim, uma decisão entre iguais, uma decisão que vende mais jornais e dá maior audiência e, que dureza, hein jornalista?

Zinho foi Zão, o apitador mexicano é pior que o peruano e era cedo mesmo para Zagallo ser pentacampeão.
O Brasil só não foi maior que a tradição.
A tradição, que manteve o nosso técnico invicto diante dos sul-americanos, manteve o Uruguai invicto no Centenário e sempre campeão quando decide lá.
A mesma tradição que fará do Corinthians ou do Palmeiras o campeão, rima outra vez fraca, mas, sem dúvida, uma bela solução.

Não houve guerra em Montevidéu. Só futebol. Melhor assim, não Alberto Helena, meu filho?

A direção da Rede Globo nega até com veemência, mas tudo indica que Ricardo Pereira, ex-correspondente global em Londres e ex-comandante da Tele Monte Carlo, assumirá nos próximos dias a direção de esportes da emissora.
Novos tempos para promover novos meios de negociação com a cartolagem.
Será uma pena se os concorrentes não aproveitarem o embalo para mudar também.

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