São Paulo, terça-feira, 25 de julho de 1995 |
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Juros altos atrapalham mercado de gado leiteiro
DA REPORTAGEM LOCAL O mercado de gado leiteiro vive o recesso de julho. Os três últimos leilões foram realizados em Batatais e em Jacareí, cidades do interior de São Paulo.Em Batatais, na Festa do Leite, encerrada no último dia 16, o pregão de liquidação do plantel da fazenda São Lourenço, de Presidente Prudente (558 km a oeste de São Paulo), vendeu cerca de 80 cabeças de vacas e bezerras holandesas, pela média de R$ 2.500. Em Jacareí, durante a feira agropecuária e industrial da cidade, o 2º Leilão Ouro de Girolanda, colocou no mercado 47 animais por R$ 93,5 mil. A média atingiu R$ 2.000. ``Conseguimos uma boa cotação média, pois vendemos somente gado girolanda", afirma José Ailton Pupio, leiloeiro e diretor da empresa organizadora. A girolanda mais cara saiu por R$ 4.500. Chamada Bragança da Água Limpa, ela foi apresentada por Fabio Alves Pimenta e comprada por Paulo Henrique Megale, de Amparo (140 km ao norte de São Paulo). No dia 15 de julho, o leilão de gado leiteiro da exposição fez negócios com 76 fêmeas. O faturamento total foi de R$ 109,8 mil, com média de R$ 1.500. O maior preço, R$ 4.600, foi pago pela vaca Ixtapa Ivonne Starbuck Mark-TE, de dois anos de idade. Ela foi apresentada por José Antônio Mercadante e arrematada por José Romero Lopes Neto, de Santa Branca (88 km a leste de São Paulo). Encerrados os negócios nos primeiros seis meses de 95, o leilão da fazenda Santa Maria, promovido pelo casal Rodolfo e Maria do Céu Rosas Alonso, ficou no topo do ranking em cotação média. O leilão, realizado no dia 25 de abril, vendeu 32 fêmeas da raça holandesa, algumas nascidas no Brasil, outras importadas, por R$ 210,4 mil, e obteve resultado individual de R$ 6.574 (US$ 7.225). Segundo diretores de empresas leiloeiras que atuam no setor de gado de leite, a política econômica influiu nos resultados das vendas no primeiro semestre. Os juros altos e a debandada da mão-de-obra levaram até alguns pecuaristas a abandonarem a atividade. Pelo menos oito liquidações de rebanhos figuraram no calendário do período de fevereiro a julho. A grande oferta de animais fez a cotação baixar. Em consequência, vários criadores aproveitaram o momento propício às compras e investiram na melhoria de seus plantéis, garantindo a liquidez do mercado. Foram poucas as queixas quanto aos preços pagos pela indústria pelo litro de leite. Quem recorreu a empréstimos para formar silos e alimentar o gado, porém, deparou-se com os juros nas alturas e teve de vender várias cabeças de gado para quitar os compromissos com os bancos. Para o segundo semestre, as empresas leiloeiras esperam um afrouxamento das taxas de juros. Texto Anterior: Agricultura no vermelho Próximo Texto: Potros PSI têm média de R$ 18,4 mil Índice |
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