São Paulo, terça-feira, 25 de julho de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ex-estatal, Usiminas ganha 5 vezes mais

HELCIO ZOLINI

Empresa se livra da burocracia, deixa de produzir apenas aço e investe em shopping center
A Usiminas se prepara para registrar neste ano o maior faturamento da sua história: US$ 5 bilhões. A siderúrgica de Ipatinga (na região do Vale do Aço, MG) faturava na sua época de estatal um quinto disso.
Desde outubro de 1991, quando foi privatizada, a Usiminas não pára de crescer.
A empresa se livrou da burocracia e a fabricação de aço deixou de ser seu único objetivo. Atenta às oportunidades, o seu leque de investimentos é capaz de contemplar desde a melhoria de seus produtos até a construção de um shopping center.
Mantendo praticamente a mesma diretoria dos seus tempos de estatal, ela enxugou o quadro de pessoal, terceirizou serviços, verticalizou a atuação no mercado, diversificou a linha de produtos e ingressou em novos negócios.
O lucro líquido praticamente dobra a cada ano. Saltou de US$ 69 milhões, em 1991, para US$ 128 milhões em 1992. No ano passado, atingiu US$ 333,087 milhões e, apenas no primeiro trimestre de 1995, ele ficou em US$ 79 milhões.
As ações preferenciais da empresa valorizaram 90,8% em 1994 e o total de dividendos chegou a US$ 140 milhões -o dobro do valor repassado aos acionistas em 1993.
Cerca de 3.000 empregados foram demitidos ou aposentados nos últimos quatro anos. Hoje, trabalham na empresa aproximadamente 10 mil.
Com isso, a produtividade também aumentou, passando das 380 toneladas por homem ao ano, em 1991, para 455 toneladas por homem ao ano, em 1994.
Após a privatização, a Usiminas criou empresas, associou-se ou comprou outras e investiu na construção de um shopping, o ``Diamond Mall", em Belo Horizonte.
Neste mês, ela associou-se à Companhia Vale do Rio Doce -principal fornecedora e acionista da siderúrgica, com 15,4% do capital votante- e adquiriu a Companhia Paulista de Ferro Ligas.
Hoje, a Usiminas controla outras cinco empresas: a Usiminas Mecânica (100%), a Usiminas Overseas, de Grand Cayman (100%), a Usimpex, de Vitória (100%), a Fasal Distribuidora, de Belo Horizonte (50%) e a Rio Negro, de São Paulo (60%).
O sistema Usiminas é formado ainda pelas coligadas Cosipa (49,8%) e Siderar, da Argentina (5,25%), e pelas parcerias com as japonesas Hitachi e Chugai-Ro, com a norte-americana Ahlstrom Equipment e com a Fiat Automóveis. O sistema gera 35 mil empregos diretos e 210 mil indiretos.
(HÉLCIO ZOLINI, da Agência Folha, em Belo Horizonte)

Texto Anterior: Votec lucra com um único cliente
Próximo Texto: Caiuá transforma luz em dinheiro
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.