São Paulo, terça-feira, 25 de julho de 1995
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Dois bebês gerados fora do útero nascem em Porto Alegre e Olinda

DA AGÊNCIA FOLHA EM PORTO ALEGRE; DA AGÊNCIA FOLHA EM RECIFE

Duas meninas geradas fora do útero da mãe nasceram na semana passada nas cidades de Porto Alegre (RS) e Olinda (PE).
Em Porto Alegre, a criança nasceu de cesariana, sexta-feira passada, na Santa Casa de Misericórdia. A mãe e o bebê passam bem.
O ginecologista e obstetra Julio Ameller, que assistiu a gestante a partir da 24ª semana de gravidez, só tomou conhecimento de que a gestação tinha ocorrido fora do útero no dia da cesariana. A gravidez se desenvolveu no abdômen.
O médico, que revelou o caso ontem, disse que a descrição de dois exames de ultra-sonografia feitos anteriormente era de uma gravidez “normal”. A mãe, Iara da Silva, 40, que deu à luz o sexto filho, foi levada à cesariana por ser hipertensa e considerada paciente de risco.
Ao operar a gestante, que estava entrando no oitavo mês de gravidez, o médico constatou que o bebê estava “livre, solto no abdômen”. A menina, que deve ser batizada de Carolina, nasceu com 1,36 kg, peso esperado no caso de nascimento prematuro. O nenê foi considerado “perfeitamente normal” pelos testes pediátricos.
Conforme o ginecologista, a literatura médica indica que a ocorrência de gravidez fora do útero varia de 0,5% a 1,5% e que “poucas” crianças geradas fora do útero sobrevivem (leia texto acima).
Em Olinda (a 6 km de Recife, PE), a menina gerada fora do útero nasceu no último sábado, no hospital e maternidade Tricentenário. A criança, com 45 cm e 2,1 kg, desenvolveu-se entre o intestino e a parede abdominal da mãe, Josefa Maria da Conceição, 23.
Tanto a criança quanto a mãe passam bem. A única ocorrência do tipo até então registrada no hospital, que faz 450 partos por mês, havia ocorrido há 35 anos. O bebê morreu.
A menina nasceu após nove meses de gestação. Josefa Maria da Conceição, que teve outros três filhos por meio de partos normais, não havia feito pré-natal.

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