São Paulo, terça-feira, 25 de julho de 1995
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Assalto atrasa inquérito federal

DA SUCURSAL DO RIO

Um assalto a dois postos bancários no prédio da Justiça Federal, no centro do Rio, atrasou o andamento do inquérito que apura supostas irregularidades na importação das armas apreendidas no Galeão.
Ontem, dia de pagamento, quatro homens roubaram R$ 70 mil dos bancos Real e do Brasil, instalados no prédio.
O expediente na Justiça Federal foi encerrado após o assalto, ocorrido às 11h30.
Com isso, o juiz Abel Fernandes Gomes não pôde se pronunciar sobre pedidos feitos na semana passada pela Procuradoria da República no Rio.
O inquérito está nas mãos do procurador da República Roberto Ferreira, 28, que não quis se pronunciar ontem.
A procuradoria quer, por exemplo, ter acesso ao processo de importação, feita pela ABCA (Associação Brasileira de Colecionadores de Armas).
Os documentos foram pedidos ao Exército, que fiscaliza esse tipo de importação. O Exército diz que a compra feita pela ABCA é totalmente legal.
Segundo a portaria 312/89, do Ministério do Exército, é proibida a importação, por colecionadores, de armas automáticas fabricadas após 1945 ou que estejam em uso por exércitos de qualquer país.
As armas automáticas disparam rajadas de tiros com uma única pressão no gatilho, enquanto as semi-automáticas disparam um só tiro de cada vez.
Peritos da PF concluíram que algumas armas estão em uso no exterior. No lote, há o fuzil AK-47, que equipa vários exércitos mundiais, segundo a PF.
As armas teriam sido compradas por 163 colecionadores cadastrados pelo Exército.
Devido à apreensão, as armas desses colecionadores estão sendo vistoriadas pelo Exército. A vistoria, que normalmente é anual, já atingiu pela segunda vez 80% dos colecionadores, segundo a ABCA.

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