São Paulo, terça-feira, 25 de julho de 1995
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Montreux festeja 30 anos com trio

CARLOS CALADO
DO ENVIADO ESPECIAL A MONTREUX

Um autêntico trio elétrico importado da Bahia, para comandar um carnaval às margens do lago Leman, na Suíça. Essa será uma das novidades do próximo Montreux Jazz Festival, que comemora seu 30º aniversário em 96.
Falando à Folha, durante a noite de encerramento do evento, no último sábado, o diretor Claude Nobs disse que, no próximo ano, também pretende oferecer pratos típicos da cozinha afro-baiana, durante a ``Bahia Night".
Já no final de agosto, Nobs e sua assistente das noites brasileiras, Marcia Corban, irão a Salvador acompanhar o evento musical Festín Bahia -de olhos e ouvidos abertos para elaborar a programação de 96, que vai se estender ao longo do verão.
``Além das 16 noites de shows no Centro do Congresso, estamos planejando grandes concertos gratuitos, ao ar livre, nos finais de semana. Queremos manter o espírito do festival vivo durante os meses de julho e agosto", diz Nobs.
O diretor do evento confirmou também a presença dos cantores David Bowie, Phil Collins e Bjork na próxima edição. Todos atuarão como âncoras de suas respectivas noites, dividindo os shows com os convidados que escolherem.
Sobre a tradicional noite brasileira, o diretor do festival reconhece que ainda não desistiu de levar a cantora Maria Bethânia a Montreux, mesmo depois de várias tentativas frustradas.
``Tentamos trazer os Doces Bárbaros -Bethânia, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Gal Costa- este ano, mas depois de tudo acertado eles acabaram desistindo. Tudo bem. Eu esperei muitos anos para trazer Miles Davis, Duke Ellington ou B.B. King. Vamos continuar tentando", diz.
Outro ambicioso projeto de Nobs, já em andamento, é o da exportação do Montreux Jazz Café -uma espécie de ``night club" informal, que além de exibir vídeos com atrações do festival também funcionou de palco para as ``jam sessions".
``Já estamos em contato com Quincy Jones e várias outras pessoas nos EUA interessadas em lançar uma cadeia de casas noturnas, como o House of Blues ou o Hard Rock Cafe", explica.
Segundo Nobs, além de bebidas e música, o Montreux Jazz Cafe também vai oferecer CDs, camisetas e posters relacionados com o festival, ou mesmo pratos típicos suíços como fondue e raclete.
``Adoraríamos encontrar parceiros também no Brasil", diz Nobs, que pretende negociar as franquias de seu Montreux Jazz Cafe em vários países.
O festival terminou na madrugada do domingo, comemorando sua edição mais bem-sucedida, em termos comerciais. Vendeu 78 mil ingressos -17% a mais que em 94. Com os lucros auferidos, o evento poderá recuperar o prejuízo de anos anteriores.
Segundo a produção, cerca de 150 mil pessoas frequentaram as programações pagas e gratuitas. Seis discos foram gravados durante o evento, incluindo o da banda Olodum, que chega às lojas até novembro.
(CC)

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