São Paulo, terça-feira, 25 de julho de 1995 |
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'Carlota Joaquina' vai ao festival de Veneza
JOSÉ GERALDO COUTO
A cineasta revelou também que seu filme foi rejeitado pelo Festival de Cannes deste ano por ser considerado ``desmasiado sarcástico do ponto de vista europeu". Depois de pedir para ver uma cópia de ``Carlota Joaquina", o diretor do Festival de Cannes, Giles Jacob, mandou a Carla um fax dizendo que tinha gostado muito do filme, mas que este tinha ``um olhar cruel" sobre a Europa. Ainda assim, ``Carlota" foi exibido em Cannes numa sessão do chamado ``mercado", o que lhe rendeu críticas elogiosas no jornal americano ``Variety" e na revista francesa ``Cahiers du Cinema". Para levar o filme a Veneza, Carla teve de desistir do Festival de Locarno (Suíça), onde participaria da competição. Além de Veneza dar mais prestígio, Locarno colidiria com a agenda da diretora no Brasil: o festival acontece no início de agosto, quando Carla quer estar presente ao lançamento do filme em vídeo. A tiragem inicial terá 10 mil cópias, lançadas pela Europa Vídeo. Até o fim do ano, aliás, ``Carlota Joaquina" cumprirá uma maratona de festivais: em 1º de setembro, abrirá o Festival Latino de Londres, depois irá a Veneza e em seguida ao Canadá (nos festivais de Toronto e Montreal). Será ainda o primeiro filme brasileiro a participar do Festival da Síria, e tem grandes chances de ir ao Festival de Nova York, cujo diretor, Richard Peña, disse ter adorado ``Carlota". Carla Camurati espera que esses festivais todos ajudem a vender o filme no mercado internacional. Por enquanto, ela já recebeu pedidos de emissoras de TV da Austrália, França e Portugal. ``Mas o legal mesmo seria colocar em cartaz em cinema", diz a diretora. ``Carlota Joaquina" briga por prestígio e mercado no exterior depois de ter-se revelado o maior sucesso do cinema brasileiro nos últimos cinco anos: mais de 800 mil pessoas já viram o filme em todo o país e a previsão é de que ele chegue a 1 milhão de espectadores. A partir do próximo dia 27 o filme percorrerá o interior de São Paulo, abrindo o ``projeto itinerante" do Espaço Banco Nacional de Cinema (leia texto ao lado). Em agosto, na Bienal do Livro do Rio, o roteiro de ``Carlota", assinado por Carla Camurati e Melanie Dimantas, será lançado em livro, pela editora Vira e Mexe. Novo filme Com tanto sucesso, Carla Camurati tem tido pouco tempo para dedicar ao roteiro de seu próximo longa-metragem, ``Copacabana", que ela está escrevendo em parceria com Melanie Dimantas e Adriana Hatz. Será, segundo ela, um filme sobre a terceira idade, ambientado em duas épocas. Quanto ao ``fenômeno Carlota", Carla diz que ``não tem nada de miraculoso": ``Tudo é muito trabalhoso, mas é legal ver o filme ir andando devagarzinho". A diretora sabe do que está falando: desde que o filme ficou pronto, ela praticamente saiu com ele embaixo do braço pelo Brasil afora, participando de todas as pré-estréias, lançamentos, programas de TV. Agora é como se seu filho atingisse a maioridade, tirasse passaporte e saísse pelo mundo. Texto Anterior: Montreux festeja 30 anos com trio Próximo Texto: Filme viaja pelo interior Índice |
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