São Paulo, terça-feira, 25 de julho de 1995
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'Tomates Verdes Fritos' faz o melô reviver, na Globo

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

Este é um fenômeno parecido com o recente "Carlota Joaquina", de Carla Camurati. Quando entrou nos cinemas, ninguém dava nada por ele. Poucos dias depois, começou uma intensa propaganda boca a boca (que é como se fala quando as pessoas comentam um filme com tanto entusiasmo que termina por contagiar as pessoas com quem estão conversando).
"Tomates Verdes Fritos" (Globo, 22h40) começa por reunir um time de atrizes de primeira: Jessica Tandy, a velha senhora, Kathy Bates, a mulher de meia-idade, Mary Stuart Masterson e Mary-Louise Parker, as moças.
No filme, Tandy conta a história da amizade entre duas mulheres (em priscas eras, no Sul dos EUA). Atrizes à parte, a idéia é muito boa. Primeiro, porque o melodrama é um gênero dinâmico, que está sempre em mutação. Depois, porque a situação das mulheres no mundo mudou.
Então, os tomates verdes fritos -que são, no caso, a versão Alabama da madeleine de Proust- têm a virtude de unir três momentos da feminilidade -três gerações-, menos sob o signo da mudança (e, portanto, da história) do que da memória.
"Tomates Verdes Fritos" atira o espectador (a espectadora, de preferência), naquilo que não é elaborado, que passa, mas permanece como o vivido, como algo que nem ao menos se deixa compreender.
É verdade que Jon Avnet, o diretor, às vezes desvia esse vivido para o território de uma emotividade meio forçada: não faz o inesquecível, mas o eficaz. Já não é pouco.
(IA)

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