São Paulo, quarta-feira, 26 de julho de 1995 |
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SP começa a tratar aidético com sangue de portador sadio
AURELIANO BIANCARELLI
Esse reforço de anticorpos vem sendo utilizado há quase uma década em centros médicos da Europa e EUA. ``Os resultados são animadores", diz Dalton Chamone, diretor-presidente da Fundação Pró-Sangue e responsável pelo programa. O aumento das defesas reduz as infecções e melhora as condições de vida do doente. A transfusão será feita por meio do plasma do doador, a parte coagulável do sangue. Uma vez por mês, portadores do vírus -que ainda não manifestaram a doença- doarão cerca de 600 ml de plasma. Esse plasma será tratado e o HIV eliminado pelo calor, a uma temperatura de 56oC. Assim preparado, o plasma é transfundido para o doente, que receberá 300 ml a cada 15 dias. A inauguração na segunda-feira terá a presença do professor Abraham Karpas, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra. Karpaz estuda a imunoterapia desde 1984 e desde 1988 vem aplicando a técnica em centenas de pacientes. Na França e nos EUA já é praticada há mais de cinco anos. Em março passado, um grupo de pesquisadores da Califórnia provou que a imunoterapia passiva traz vantagens também para o doador. Ao doar o sangue com frequência, o portador do HIV obriga seu organismo a produzir mais anticorpos, aumentando as defesas. Karpaz constatou a mesma coisa: um dos seus primeiros pacientes vem doando sangue há dez anos. Até agora, não ficou doente. O programa tem a colaboração do Estado e do Ministério da Saúde. Equipes de profissionais serão treinadas em São Paulo para implantar a imunoterapia em hemocentros regionais e de outros Estados. Texto Anterior: PM mata em morro do Rio suposto traficante Próximo Texto: Programa quer atrair doadores com HIV Índice |
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