São Paulo, quarta-feira, 26 de julho de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Empresas são acusadas de drogar funcionários

DA AGÊNCIA FOLHA, EM JOÃO PESSOA

em João Pessoa
O procurador do Trabalho José Antonio Cartaxo investiga denúncias de que três empresas de João Pessoa (PB) estariam obrigando funcionários a consumir ``arrebite", para evitar o cansaço físico.
``Arrebite" é o nome popular de uma droga à base de medicamentos psicotrópicos (que atuam no sistema nervoso) com álcool, principalmente cerveja.
O ``arrebite" provoca disposição no organismo e evita o sono, segundo o farmacêutico Luciano Cartaxo. Após o afeito, a droga deixa a pessoa depressiva.
As empresas acusadas são Indústria de Cervejas Antárctica da Paraíba, Pinguim Transportes e Serviços e Fênix Serviços. A Pinguim e a Fênix prestam serviços para a Antárctica, disse Cartaxo.
As denúncias foram feitas por Luciano e Hamilton Cícero da Silva, ex-funcionários da Fênix e Pinguim, à juíza do Trabalho Roberta Paiva Saldanha. Ela encaminhou os depoimentos a Cartaxo.
Segundo o procurador, mais três ex-funcionários confirmaram que eram obrigados pelas empresas a usar ``arrebite". Depois, trabalhavam das 6h às 2h do dia seguinte.
Confirmaram ainda, segundo Cartaxo, que um chefe de setor da Antárctica fornecia a droga.
O advogado da Antárctica, José Maria da Cruz, negou que a empresa obrigue funcionários a consumir ``arrebite".
Ele afirmou que a Antárctica não reconhece os operários que a denunciaram e disse que as empresas Pinguim e Fênix prestam serviços para distribuidoras de bebidas e não para a indústria.
O advogado da Fênix, Mário Formiga, afirmou que as acusações são ``uma grande mentira, uma calúnia". Segundo Formiga, não existem provas que ``a Fênix forneça droga para funcionários".
A Agência Folha não conseguiu falar com o dono da Pinguim, conhecido como "Guaraci".

Texto Anterior: PF muda prazos para entrega de passaportes
Próximo Texto: Crea investiga acidente em teleférico de SP
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.