São Paulo, quarta-feira, 26 de julho de 1995
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Avião roubado cai e mata os 3 ladrões

RENÊ MOREIRA
DA FOLHA NORDESTE

Três homens morreram -dois deles carbonizados- após roubarem na madrugada de ontem o avião Sêneca 4, prefixo PTOYB, que estava no hangar do aeroporto de Franca (401 km a norte de SP).
Após a decolagem, o avião bateu em fios de alta tensão, a 12 metros de altura, e caiu na fazenda Santa Maria, no município de Restinga, a 12 km do aeroporto.
Segundo o delegado Marcelo Rodrigues, 25, os assaltantes eram profissionais e voavam baixo para escapar dos radares.
O vigilante do hangar, Geraldo Santos Ronca, 28, disse que foi rendido por volta das 23h da noite de anteontem. Ele foi amarrado, teve um capuz colocado na cabeça e foi trancado em um avião.
Os assaltantes escolheram o aparelho mais novo que estava no hangar. A trava da hélice foi quebrada e o avião foi abastecido com gasolina de outras aeronaves.
O aparelho que foi levado era um bimotor e ficou completamente destruído com a queda.
No momento do roubo havia no aeroporto 23 aviões, entre bimotores e monomotores.
A polícia diz acreditar que os assaltantes pretendiam seguir para o Mato Grosso ou para países vizinhos e trocar o avião por cocaína.
Os assaltantes foram identificados como sendo Anísio Tavares, 41, Jair de Oliveira, 42, e José de Holanda Barbosa, 40.
Anísio e Jair -que pilotava o avião no momento do acidente- já possuíam passagens pela polícia por roubo de cargas, veículos e aviões. Eles são de Andira (PR), mas moravam em Maringá (PR).
Dois dos assaltantes estavam armados com revólveres calibre 38 e o outro com uma faca.
O empresário e advogado Antônio Moraes Silva, proprietário do avião roubado, disse que o aparelho era o mais novo do aeroporto, adquirido em maio do ano passado nos Estados Unidos.
Ele afirmou que o avião havia feito apenas 140 horas de vôo desde que foi comprado. ``Após a revisão, ele tinha voado menos de 10 horas", disse. O aparelho está avaliado em US$ 500 mil (cerca de R$ 463 mil) e tinha capacidade para sete pessoas.
Silva é proprietário do Hotel Cacique e da Viação Cristalense, além de várias fazendas. Ele usava o avião, que tinha seguro, para ir até suas propriedades e tratar de negócios em São Paulo e no Rio.
O diretor do aeroporto, João Roberto Alonso Lopes, disse que em 19 anos na função, foi o primeiro roubo de avião na cidade.

Outros roubos
Três roubos de aviões foram registrados na região nos últimos dois anos. Os roubos ocorreram em Ituverava (410 km a norte de SP), Araraquara (282 km a noroeste de SP) e Ribeirão Preto (319 km a norte de SP).
Em uma ação similar a de anteontem, três ladrões armados levaram um Sêneca 3 da empresa Exempol, de Ituverava, em outubro de 93. Segundo o presidente da empresa, Cley Jorge de Oliveira, o avião nunca foi encontrado.
Em Araraquara, também foi registrado, em 93, o roubo de uma avião da empresa Citrusuco, segundo a delegacia seccional. Ontem, ninguém foi encontrado na empresa para falar sobre o assunto.
Em Ribeirão, segundo o aeroclube, uma empresa de táxi aéreo teve uma avião roubado. A empresa atua na cidade com nova direção e não há informações sobre a recuperação do equipamento.

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