São Paulo, quarta-feira, 26 de julho de 1995
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Motorola quer derrubar preço de celular

ELVIRA LOBATO
DA REPORTAGEM LOCAL

Inconformada com sua pequena fatia no fornecimento de equipamentos de telefonia celular para o sistema Telebrás, a norte-americana Motorola, um gigante que fatura US$ 22,2 bilhões por ano, decidiu brigar pelo mercado.
``O Brasil é hoje o maior mercado do mundo para telefonia celular e queremos uma chance de disputá-lo", afirmou em São Paulo Jack Scanlon, vice-presidente da Motorola e principal executivo da divisão de infra-estrutura de celular do grupo.
Scanlon e dois diretores da Motorola, Jack Finlayson e Woody Ritchey, vieram ao Brasil com a missão de tentar convencer o governo a cancelar as encomendas que estão sendo feitas por aditivos a contratos antigos e abrir novas concorrências.
Anteontem, tiveram audiência com o secretário executivo do Ministério das Comunicações, Fernando Xavier, mas não obtiveram nenhum posicionamento oficial.
O principal alvo a Motorola é o Estado de São Paulo. A Telesp foi autorizada pela direção da Telebrás a comprar equipamentos para instalação de mais 475 mil celulares dos fornecedores que venceram as concorrências de 1992 e 93.
A Telebrás aceitou os argumentos da Telesp de que as concorrências anteriores dariam respaldo a novas encomendas sem licitação e que havia urgência na contratação.
``A Motorola quer muito aumentar sua participação no mercado e está disposta a derrubar seus preços", afirmou Scanlon.
Segundo ele, a Motorola foi o primeiro fabricante de equipamentos de telefonia celular estrangeiro a entrar no mercado japonês, há dois anos. ``Em 18 meses, os preços caíram 50% na cidade de Tóquio. Para nós, São Paulo é um desafio semelhante a Tóquio."
Segundo dados da Telesp, dos 488 mil celulares já contratados para o Estado, a Motorola participou com 25.600. Sua fatia na nova encomenda será de 45 mil.
A NEC do Brasil (associação da NEC japonesa e Organizações Globo) ficará 81% das novas encomendas.

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