São Paulo, quarta-feira, 26 de julho de 1995
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Leasing bate novo recorde e movimenta US$ 5,3 bi

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O setor de leasing -aluguel de equipamentos com a garantia de recompra- bateu novo recorde de operações no primeiro semestre deste ano, ao movimentar US$ 5,330 bilhões (valor equivalente a 592 mil carros Fusca novos).
O valor é 171,8% superior ao registrado em igual período de 1994 (US$ 1,961 bilhão) e corresponde a 81% do total de novos negócios realizados em todo o ano passado (US$ 6,612 bilhões).
Antônio Bornia, presidente da Abel (Associação Brasileira de Empresas de Leasing) e vice-presidente do Bradesco, estima que, até o final de 1995, o setor deverá registrar crescimento mínimo de 30% reais em relação a 1994.
``Esse índice poderá ser ainda maior se o governo liberar, mesmo que gradualmente, o leasing para automóveis de passeio", afirmou.
O leasing para carros de passeio está suspenso desde fevereiro.
Bornia diz que nunca houve tantas operações de leasing em um semestre quanto as ocorridas nos primeiros seis meses deste ano.
Segundo ele, a estabilização econômica trazida pelo Plano Real acarretou o interesse na renovação de máquinas e equipamentos e ``as operações de leasing são das poucas linhas de financiamento que oferecem prazos longos" (acima de 24 meses).
O leasing financia a totalidade do bem com vantagens fiscais, pois os pagamentos são contabilizados como despesa, reduzindo o Imposto de Renda a pagar.
As operações de leasing movimentaram US$ 5,33 bilhões no primeiro semestre de 1995, superando o crédito oferecido pelo Finame (financiamentos a máquinas e equipamentos), com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, que giraram US$ 4,7 bilhões (cerca de R$ 4,4 bilhões).
Nas operações do Finame, quem toma o empréstimo precisa desembolsar em dinheiro próprio até 50% do valor.
Bornia espera que o governo vá gradualmente reduzindo os juros das operações de leasing.
No momento, as taxas de juros estão oscilando entre 35% e 36% ao ano, mais a variação da TR (Taxa Referencial).
Nos contratos em dólar, os juros estão em média em 25% ao ano.
Segundo Bornia, a inadimplência (atrasos nos pagamentos) no setor de leasing cresceu de 0,2% a 0,3% no início do ano para 2% hoje.

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