São Paulo, quarta-feira, 26 de julho de 1995 |
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Brasileira recusa defesa argentina
DENISE CHRISPIM MARIN
Ela e o grupo de seis libaneses que estão presos na guarnição militar de Campo de Mayo, em Buenos Aires, são acusados de participar de tráfico de armas e suspeitos de ligação com dois atentados contra entidades judaicas em Buenos Aires. Os dois atentados (contra a Embaixada de Israel em Buenos Aires, em 1992, e contra a Associação Mutual Israelita Argentina, há um ano) deixaram cerca de 120 mortos. Os advogados de quatro dos detidos asseguraram ontem que três de seus clientes são brasileiros -e não libaneses, como tem sido anunciado. Os supostos brasileiros seriam Johnnie Moraes Baandaky, Luís Alberto Nader e Sérgio Rodrigo Salem. ``Eles nasceram no Brasil e são filhos de libaneses", afirmou Jorge Galli, advogado que acompanha o caso desde a prisão do grupo no Paraguai. O consulado brasileiro afirma que não foi informado sobre a existência de mais brasileiros envolvidos no caso. Existe a suspeita de que os passaportes brasileiros encontrados com os detidos tenham sido obtidos, no Brasil, com a apresentação de documentos falsos. Valdirene não pôde se submeter ao interrogatório porque se recusou a ser defendida pelo advogado indicado pela Defensoria Oficial e pelos profissionais que estão acompanhando os libaneses. Pela lei argentina, um suspeito só pode ser interrogado se estiver amparado por um advogado. O cônsul-geral do Brasil, Nuno Álvaro Guilherme d'Oliveira, esteve no tribunal e afirmou que Valdirene estava ``combalida", embora com boa saúde. Disse também que entregou seu telefone para que ela possa manter contato com o consulado. Os consulados não dão assistência legal aos brasileiros que enfrentam problemas com a Justiça de outros países. Normalmente, entram em contato com familiares para saber se estão dispostos a contratar advogado. Valdirene e os outros seis acusados foram presos em janeiro no Paraguai e extraditados no domingo para a Argentina. Assim como Valdirene, dois dos detidos -Fadi Abdul Karim Chekair e Roberto Ribeiro Ruiz- não apresentaram advogados. O juiz Roberto Marquevich conta com mais nove dias para decidir se liberta do grupo. Até sua decisão, eles continuarão presos. Próximo Texto: Greenpeace entra na Justiça contra testes; Japonês confessa que matou líder da seita; Michael Jackson faz aparição rara; Coréia do Sul prende 11 por queda de loja; Acidente em Seul mata 5 operários; Ministros de Fujimori apresentam renúncia; EUA prometem avisar sobre ações; Bill Clinton analisa proposta antifumo Índice |
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