São Paulo, sexta-feira, 28 de julho de 1995
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Acordo pode levar a regimes distintos

DENISE CHRISPIM MARIN
DE BUENOS AIRES

A ministra da Indústria, Comércio e Turismo, Dorothea Werneck, admitiu ontem, em Buenos Aires, que a discussão entre Brasil e Argentina sobre a questão automobilística pode não terminar com a definição de um regime comum.
``O processo de negociação não tem data para terminar e pode chegar a um regime consensual, não necessariamente comum", disse.
Ela também afirmou que já está em debate entre esses países a determinação de que qualquer autopeça fabricada no Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) seja considerada nacional.
A discussão afeta as indústrias automobilísticas brasileira e argentina, que ditam o percentual de peças importadas que podem compor os veículos produzidos.
Segundo a medida provisória publicada na última terça-feira, os carros brasileiros devem ter 50% de componentes nacionais. Na Argentina, essa taxa é de 60%.
É possível que o governo brasileiro tente negociar com a Argentina a fixação de um único percentual. O secretário da Indústria do Ministério da Economia, Carlos Magariños, disse à Folha que ``a Argentina não vai diminuir sua taxa de nacionalização".
Dorothea disse que a MP garante que novos investimentos de empresas estrangeiras tenham o mesmo tratamento de montadoras que já estão do Brasil.
Em palestra para empresários na sede da UIA (União Industrial Argentina), ela disse ainda que deve ser definido em breve o destino da lista de produtos chamados de ex-tarifários, equipamentos para empresas não produzidos no país que contam com alíquota zero.

Metas
O governo brasileiro tem como meta reduzir o crescimento da economia para uma taxa de 6% ao ano, afirmou a ministra.
Essa seria uma receita para o controle da inflação e um maior equilíbrio da balança comercial (exportação menos importação).
A previsão da equipe econômica é de crescimento de 12% do PIB (Produto Interno Público) neste ano. Outra meta estabelecida pelo governo é baixar a inflação para taxas de 3% a 5% ao ano.
A ministra tentou, ontem, desfazer a má imagem que causou em empresários argentinos em sua última visita ao país, em junho.
Naquela ocasião, foi desencadeada a discussão sobre a decisão do governo brasileiro de estabelecer cotas para os automóveis.

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