São Paulo, sexta-feira, 28 de julho de 1995
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Bill Clinton critica a ONU

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente dos EUA, Bill Clinton, disse ontem que a tomada das áreas protegidas pela ONU de Zepa e Srebrenica colocou a missão das Nações Unidas em xeque. "Esta é a última chance para a Força de Proteção na Bósnia".
O presidente culpou as Nações Unidas pela aprovação, pelo Senado norte-americano, da proposta que suspende a participação dos EUA no embargo de armas contra a Bósnia, determinado pela ONU.
"Você não pode sair por aí dizendo que vai fazer alguma coisa e não fazer", disse Clinton, em referência às constantes ameaças -não cumpridas- de bombardeio sobre os sérvios feita pela ONU.
O fim do embargo, que ainda precisa ser votado pelos deputados e submetido a Clinton, que vai vetá-lo, foi condenado por seus aliados ocidentais e apoiado por bósnios e países muçulmanos.
"É algo bizarro", disse o chanceler britânico, Malcolm Rifkind. França, Alemanha, Rússia e ONU também protestaram.
Clinton também teme que o fim do embargo piore a guerra e obrigue a retirada das tropas da ONU da Bósnia. Nesse caso, os EUA teriam de cumprir plano segundo o qual o país enviaria 25 mil homens para ajudar na evacuação.
O presidente russo, Boris Ieltsin, enviou ontem seu plano de paz para a Bósnia aos envolvidos na guerra e para os EUA, Reino Unido, Alemanha e França.
Segundo o plano, a paz seria discutida em reuniões de cúpula entre muçulmanos, sérvios e croatas. A ONU suspenderia as sanções econômicas contra a Sérvia e, em troca, o governo de Slobodan Milosevic reconheceria a Bósnia.
Ontem, o chefe da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas, o polonês Tadeusz Mazowiecki, renunciou ao cargo. "A hipocrisia do Ocidente em relação à Bósnia é inaceitável".

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