São Paulo, sexta-feira, 28 de julho de 1995
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Polícia francesa diz que bomba em Paris foi feita com botijão de gás

VINICIUS TORRES FREIRE
DE PARIS

A polícia confirmou ontem que a bomba que matou sete pessoas no metrô de Paris foi fabricada com um botijão metálico de gás, utilizado em campings.
Um policial que deixou o local do atentado pouco antes de ele ocorrer disse, em depoimento, que suspeita de dois homens que estavam no local. Segundo o policial, eles pareciam ser do Magreb, região do noroeste da África em que fica a Argélia.
Segundo a polícia, outras 32 pessoas foram ouvidas ontem. Nenhuma delas afirmou ter visto suspeitos em Saint-Michel.
A linha telefônica aberta pelo Ministério do Interior com o objetivo de recolher informações sobre o atentado ficou congestionada com cerca de 200 ligações.
Anteontem, o governo francês ofereceu o equivalente a R$ 200 mil para quem desse pistas sobre os autores do atentado.
O ataque foi cometido na tarde de terça-feira. Uma bomba de cerca de 4 kg explodiu um vagão na estação da Rede Expressa Regional (trem urbano) chamada Saint-Michel, próxima à catedral de Notre Dame, um dos principais pontos turísticos de Paris.
Sete pessoas morreram e 84 ficaram feridas no atentado.
Segundo a polícia, nenhuma outra pista foi encontrada até agora. Rádios e TVs da França especulavam que o tipo de bomba, aparentemente artesanal e rústica, é semelhante ao usado em atentados na Argélia.
Guerrilhas islâmicas querem depor o governo argelino, que é apoiado pela França.
Segundo o policial que viu os suspeitos, os dois teriam descido com ele na estação Châtelet (a duas estações de Saint-Michel), com um saco na mão. O policial teria visto um pacote próximo do lugar onde estavam os suspeitos, no mesmo vagão que explodiu.
Em Pale (Bósnia), o líder dos sérvios da Bósnia, Radovan Karadzic, negou envolvimento no atentado de Paris.
As vítimas de atentados na França têm direito a seguro e assistência psicológica, garantidos pelo governo e organizações não-governamentais (ONGs).
Ontem, o Instituto Nacional de Ajuda às Vítimas de Atentado colocou à disposição dos feridos e parentes cinco linhas telefônicas, para marcar consultas gratuitas com psicólogos e psiquiatras.

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