São Paulo, sábado, 29 de julho de 1995
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Polícia não analisa fita sobre Vigário Geral

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Cinco fitas contendo gravações feita na cadeia com os principais acusados da chacina de Vigário Geral (zona norte do Rio), não puderam ser utilizadas em sessão feitas ontem, no 2º Tribunal do Júri.
A chacina ocorreu na favela de Vigário Geral (zona norte do Rio), em 1993. Um grupo de matadores assassinou 21 pessoas.
Em ofício dirigido à juíza Maria Lúcia Capiberibe, o diretor do ICE (Instituto Carlos Éboli), Carlos Matos, comunicou a impossibilidade de ser realizada a perícia nas fitas, por falta de equipamentos.
Sem a perícia, não há como se utilizar as fitas como prova técnica. Essas fitas foram gravadas por um grupo de 17 réus no caso que afirmam ser inocentes.
Inconformada com o documento do ICE, a juíza disse que vai enviar ofícios ao governador Marcello Alencar (PSDB) e ao secretário da Segurança, Cerqueira, pedindo providências. Enquanto isso, tentará a perícia na Polícia Federal.
Os 17 presos que se dizem inocentes integram um grupo de 33 pessoas detidas depois de investigações iniciais sobre a chacina.
No início deste mês, esses 17 presos foram reinterrogados e acusaram outras pessoas pela chacina, a maioria policiais e ex-policiais.
Nos novos interrogatórios, foram apresentado as cinco fitas que seriam ouvidas ontem pela juíza.
Segundo os 17 presos, as fitas contêm conversas com os ``verdadeiros" autores da chacina e detalhes sobre o crime.

Prorrogação
Devido às novas denúncias, o Ministério Público pediu a prisão preventiva de pessoas acusadas nas fitas. Ontem, 13 supostos participantes da chacina, acusados nas fitas, seriam libertados.
Eles estão encarcerados há 30 dias e o prazo de prisão preventiva expirava ontem. Mas, atendendo pedido do Ministério Público, a juíza prorrogou a prisão.

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