São Paulo, sábado, 29 de julho de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Empresas de calçados pedem concordata
LUÍS EBLAK
A Martiniano e a GM pediram concordata no início desta semana. As duas fazem parte do grupo Martiniano, que possui dez empresas do setor de calçados. O grupo é responsável pela fabricação dos tênis M-2000, a terceira maior marca do país. A Satierf, que também fabrica tênis, pediu concordata há três meses, mas a informação só foi confirmada ontem. As empresas não divulgaram os valores de suas dívidas, mas a Folha apurou que as três devem pelo menos R$ 3 milhões no mercado. Com as concordatas -mecanismo judiciário que as empresas têm para prorrogar o prazo de pagamentos de dívidas-, a crise do setor de calçados se amplia. Neste ano, as 388 indústrias de Franca, exportadoras de sapatos masculinos, devem ter queda de 50% nas vendas do produto. A diminuição de exportações causou, em um ano, desemprego para quase 8.000 trabalhadores. A crise calçadista originou também demissões em outros ramos da atividade econômica de Franca. Antônio Jacinto Freixes, 31, advogado do grupo Martiniano, disse que o pedido de concordata das duas empresas ocorreu por causa da inadimplência (atraso de pagamento) de seus clientes. Por isso, diz o advogado, a empresa adotou férias coletivas para seus 1.640 trabalhadores. A crise já causou a demissão de 1.400 empregados do grupo Martiniano. Segundo Freixes, não estão previstas novas demissões. A Satierf também atribui seu pedido de concordata à inadimplência de seus clientes. A empresa calcula que tem para receber R$ 900 mil do mercado. Texto Anterior: Banco Central diminui as taxas de juros Próximo Texto: Casa própria terá R$ 717 mi do FGTS Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |