São Paulo, domingo, 30 de julho de 1995
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Mão-de-obra informal é 40% no Paraguai

JOSÉ MASCHIO
DO ENVIADO ESPECIAL A ASSUNÇÃO

No Paraguai, 40% da população economicamente ativa vive do trabalho informal, segundo o Centro de Análise e Difusão da Economia Paraguaia (Cadep).
Considera-se trabalho informal quando o emprego não tem registro profissional, nem garantias trabalhistas e não há pagamento de impostos. Para o governo, é um emprego que não existe.
Números oficiais do governo paraguaio apontam uma taxa de subemprego, desemprego e trabalho informal de 16,7% dos 1,7 milhão de paraguaios que estão em condições de trabalhar.
Segundo o economista Raul Monte Domeq, pesquisador do Cadep, essa economia informal abrange a venda de comida pronta pelas ruas de Assunção, capital do país, o contrabando de manufaturados para Brasil e Argentina e também o narcotráfico.
A estagnação da indústria nacional -há 20 anos participa com apenas 16% do PIB (Produto Interno Bruto Nacional)- é também responsável pela massa de trabalhadores no mercado informal.
Há pouco mais de 75 mil trabalhadores ligados a três centrais sindicais e que só em 1992 conseguiram obter garantias básicas, como o direito de greve.
As centrais conseguiram, no final de junho, a criação da Comissão Nacional de Conflitos, composta por governo, empregados e empregadores, para atuar junto ao Ministério de Trabalho e Justiça nas demandas trabalhistas.
Apesar da pouca oferta de trabalho no mercado formal -quando há registro legal do empregado-, as mulheres têm conseguido um espaço maior que os homens nos últimos cinco anos e já somam 41% da força de trabalho legal.
As mulheres paraguaias estão basicamente no comércio e nos serviços públicos (municipal, departamental e estatal).
A importância do crescimento da participação das mulheres nos postos de trabalho no Paraguai pode ser exemplificada pelo setor bancário. Há dez anos, mulheres não trabalhavam em bancos ou financeiras no país.
Hoje já são presença constante, principalmente nas agências de bancos brasileiros e norte-americanos. Isso não impede que bancos tradicionais, como o Nación (capital argentino), até hoje ainda não tenham banheiros destinados às mulheres -sejam funcionárias ou clientes.

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