São Paulo, domingo, 30 de julho de 1995 |
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Volks do Brasil paga mais do que a Renault argentina
FERNANDO RODRIGUES; DENISE CRISPIN MARIN
A Folha entrevistou um metalúrgico da Renault e outro da Volkswagen -na Argentina e no Brasil, respectivamente. Os dois trabalham na linha de montagem. Foram escolhidos dois trabalhadores com funções idênticas e tempos de emprego semelhantes. As duas empresas foram informadas que seria feita uma comparação das condições de trabalho. O brasileiro tem salário equivalente a US$ 1.075 e trabalha há dez anos na Volkswagen, como montador. O argentino ganha US$ 900 por mês e é funcionário da Renault há 12 anos. O brasileiro ganha 19,44% a mais que o argentino (leia textos abaixo nesta página). A Renault anunciou semana passada que vai construir uma fábrica no Brasil. A Volkswagen não quis comentar a decisão da concorrente francesa. A diferença salarial entre as duas empresas automobilísticas é um dos exemplos de obstáculos que impedem a integração total -na área trabalhista- dos países do Mercosul. O Mercosul (Mercado Comum do Sul) reúne Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Trata-se, por enquanto, de uma união aduaneira. Argentina e Brasil, são as duas maiores economias do Mercosul. O setor automobilístico é uma das maiores indústrias dos dois países e já protagonizou a primeira grande crise da associação. Preocupado com sua balança comercial -diferença entre o que exporta e importa-, o Brasil resolveu estabelecer cotas máximas de carros importados neste ano. Como o acordo do Mercosul prevê o livre comércio de carros entre os associados, a Argentina reclamou. O Brasil recuou. A Argentina e o Brasil são os únicos países do Mercosul que fabricam automóveis. O Uruguai apenas recebe kits de carros e faz a montagem. (Fernando Rodrigues) Colaborou DENISE CRISPIN MARIN, de Buenos Aires Texto Anterior: Bancário é elite com trabalho estável Próximo Texto: Cordobês tem salário de US$ 900 por mês Índice |
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