São Paulo, domingo, 30 de julho de 1995 |
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'Tradutor' possibilita namoro
PATRICIA DECIA
Era ele quem traduzia o que os dois falavam nos primeiros encontros em um kibutz, em Israel. Luciana saiu do Brasil em 94 para passar sete meses na fazenda comunitária. Não falava inglês e muito menos hebraico. ``Eu não entendia nada. Duas semanas depois de nos conhecermos, começamos a namorar. De cara pensei: O que vou fazer sem o Antonio para traduzir?", conta. A saída era procurar tudo que não entendia no dicionário. ``Foi o que aconteceu quando ele disse que queria ficar comigo. No kibutz, todo mundo fica com todo mundo e eu não queria isso. Aí expliquei, com todas as dificuldades do mundo, que só aceitava se não fosse por uma noite." Mais do que a língua, as diferenças culturais surpreenderam Luciana. ``Estranhei o relacionamento dele com os pais. Andrew saiu de casa aos 17 anos. Quando voltava, tinha que pagar uma espécie de aluguel." O hábito de chamar as pessoas pelo sobrenome também pregou uma peça em Luciana. Andrew sempre recebia correspondência com o remetente Taylor, dos Estados Unidos. Ela achava que era somente um amigo e até perguntava sobre as novidades a cada carta, sempre usando ``he" (ele). Um dia, descobriu que ``he" era uma ex-namorada. ``Ele nunca me corrigiu. Fiquei possessa." Luciana e Andrew viajaram juntos para o Egito, Jordânia e Inglaterra. Continuam se correspondendo e ``o primeiro que tiver dinheiro" vai visitar o outro. Texto Anterior: Textos aconselham sem apelar para fanatismo Próximo Texto: Casal enfrenta 2 anos de cartas Índice |
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