São Paulo, segunda-feira, 31 de julho de 1995
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SP terá ensino dividido por idade

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

As 6.800 escolas da rede estadual de ensino de São Paulo terão o segundo semestre letivo deste ano para se preparar para uma das maiores reformas da década.
A partir de 1996, as escolas estaduais serão divididas por faixas etárias: algumas só atenderão da 1ª à 4ª série do 1º grau (alunos de 7 a 12 anos, mais ou menos); outras, da 5ª série do 1º grau até o 2º grau; e outras, ainda, apenas o 2º grau.
Neste semestre letivo, os mais de 6 milhões de alunos da rede, que voltam às aulas entre hoje e amanhã, ainda estudarão em escolas que, na maioria, têm alunos de 6 a mais de 20 anos. Em 96, podem ter de mudar de escola.
``Isso faz parte de uma idéia mais ampla de organizar as escolas de forma mais adequada para as diferentes faixas etárias e para a jornada de trabalho dos profissionais de ensino", afirma a secretária de Estado da Educação, Rose Neubauer, 50.
``Quando você junta todas as séries, acaba tendo um tratamento para o 2º grau, por exemplo, que não é tão adequado", diz.
``Uma escola de 2º grau precisa de um equipamento melhor, precisa de laboratório, é uma escola para jovens. A escola de 1ª a 4ª séries tem outra característica, é totalmente diferente, não tem, por exemplo, problema de drogas e de criminalidade", acrescenta.
A secretaria também promoverá, neste semestre, um cadastramento dos estudantes do Estado.
Todos os alunos -da rede pública ou privada- receberão, provavelmente a partir do dia 28 de agosto, um número chamado de Registro de Aluno, ou RA.
O número vai ser igual ao do RG (Registro Geral da Carteira de Identidade).
As entidades de profissionais de ensino reiniciam, na volta às aulas, sua campanha salarial.
No semestre passado, essas reivindicações levaram a uma greve que durou 23 dias letivos e a um piso salarial mensal de R$ 200,00 (20 horas semanais de aula), dos quais em torno de 35% são gratificações ou abonos.
``Vamos pedir a incorporação das gratificações e um reajuste de 50%", afirma Roberto Felício, presidente da Apeoesp (o maior sindicato de professores da rede).
Sobre a realização de outra greve, Felício diz que ``em uma categoria que ganha um piso de R$ 200, a possibilidade de uma greve é sempre algo a ser considerado".
``Mas eu não diria que estamos preparando uma greve."
Segundo a secretária de Educação, Rose Neubauer, ainda não dá para ``dizer se nós vamos poder dar esse aumento de 50%".
``Embora fosse desejável, não acredito que isso seja fácil para o Estado nas condições atuais."

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sobre a colta às aulas na página Esp. 1.

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