São Paulo, segunda-feira, 31 de julho de 1995
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Torcedor 'cordial' domina o estádio da final

LUIZ HENRIQUE RIVOIRO
ENVIADO ESPECIAL A RIBEIRÃO PRETO

O chamado ``torcedor cordial", avesso a brigas e tiroteios, compareceu ontem à final do Paulista em Ribeirão. Seu oposto, o torcedor violento, não viajou, preferiu ficar na capital e ver a partida pela TV.
Antes e durante do jogo era comum encontrar palmeirenses e corintianos -na verdade botafoguenses e comercialinos disfarçados- lado a lado nas numeradas.
Na arquibancada, o esquema montado pela polícia, que usou uma coluna de soldados e uma grade de metal para dividir o estádio ao meio, funcionou.
Cada um no seu espaço, palmeirenses podiam estender as faixas das filiais da Mancha Verde em São José do Rio Preto, Marília, Votuporanga e Catanduva.
No clima de cordialidade no estádio, Thalila Zaher, 13, sua irmã Thiciana, 11, Débora Pinto, 11, e Claudia Zaza, 26, jogavam truco.
Ali perto, em meio a corintianos com chapéus, uma família de palmeirenses com os rostos pintados de verde não parava de gritar.
Acima das cadeiras numeradas, nos chamados camarotes do estádio Santa Cruz ``confiscados" pela Federação Paulista de Futebol, empresários e políticos de Ribeirão Preto defendiam com garra o fato de as finais do campeonato acontecerem no interior.
Para o prefeito de Ribeirão, Antonio Palocci (PT), ``a federação poderia fazer as finais cada ano em uma cidade diferente."
O empresário Antônio Ermírio de Morais, ``importado" de São Paulo para ver o jogo, defendeu sua participação no fato de o jogo ser em Ribeirão. ``Contribuímos com muito cimento para a construção deste estádio."

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