São Paulo, segunda-feira, 31 de julho de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Hitchcock inspira paródias
INÁCIO ARAUJO
Mas o andamento é muito outro. E "Joga a Mamãe do Trem" infinitamente mais interessante. No centro, há um aluno de redação oprimido pela mãe (Danny DeVito) que propõe a seu professor (Billy Cristal) uma troca de assassinatos, à maneira de "Pacto Sinistro". Mas, enquanto Mel Brooks, com sua ansiedade, usa Hitchcock como uma referência, DeVito (que também dirige o filme da matinê) o utiliza como uma espécie de matéria-prima. Não estamos diante da velha admiração de cinéfilo. O caso é de obsessão pelos mecanismos macabros que rolam na mente dos personagens de Hitchcock e que, por contágio, pegam os de DeVito. E isso porque pegam o próprio DeVito -cujo trabalho como diretor raramente rejeita o aspecto sinistro das coisas. Há bem mais do que essa tola remissão a um diretor e um filme famoso (cuja utilidade principal, supérflua, é deixar-se reconhecer por quem conhece a referência). Há, implicados, desejo e paixão. Uma vontade não propriamente de ultrapassar o mestre, mas de desenvolver sua própria interpretação do assunto. Isso faz o interesse de "Joga a Mamãe do Trem", que não é uma comédia para rir a bandeiras despregadas, mas escapa ao standard com honra. (IA) Texto Anterior: Diversificação pode levar à redundância Próximo Texto: Filmagens de ``Tieta" começam na quarta Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |