São Paulo, terça-feira, 1 de agosto de 1995
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Senadores do PMDB atrapalharão FHC

Partido é o maior da base governista

DANIEL BRAMATTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Dois integrantes do PMDB -maior partido da base de apoio ao governo- serão as principais fontes de problemas para o presidente Fernando Henrique Cardoso na retomada dos trabalhos do Congresso, a partir de hoje.
Os senadores Ronaldo Cunha Lima (PMDB-PB), relator da emenda que quebra o monopólio do petróleo, e Coutinho Jorge (PMDB-PA), relator da MP (medida provisória) da desindexação, estão promovendo alterações nos textos, contrariando a orientação do Planalto.
``O papel do relator não é refletir posição pessoal ou do governo, não é ser um mero carimbador. Tento sintetizar a média do pensamento do Congresso e da sociedade", disse Coutinho Jorge.
``Sou fiel ao governo, mas também aos meus princípios", afirmou Cunha Lima. "Estou convencido de que é preciso mudar o texto para preservar a Petrobrás."
Coutinho Jorge pretende incluir na MP da desindexação a correção anual dos salários com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).
A correção seria de 100% do índice para quem ganha até três mínimos e de 80% para as faixas superiores.
Na quinta-feira, o porta-voz da Presidência, Sérgio Amaral, reiterou que o governo rejeita ``qualquer correção automática de salários".
Na emenda do petróleo, Cunha Lima sugere duas alterações: quer regulamentar a quebra do monopólio por lei complementar (que só pode ser aprovada por maioria absoluta) e instituir uma indenização para a Petrobrás, caso a empresa perca a exclusividade sobre os poços que já descobriu.

Colaborou a Sucursal de Brasília

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