São Paulo, terça-feira, 1 de agosto de 1995 |
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Britto ataca proposta de reforma tributária
SILVANA DE FREITAS
Britto, um dos principais aliados do governo, responsabilizou as divergências na área econômica pelo esvaziamento da proposta. ``Faz seis anos que está todo mundo comentando que tem de ter a reforma tributária. Aí está faltando uma semana para terminar a novela e se descobre que a reforma tributária é mudar de nome dois tributos (ICMS e IPI)". Antônio Britto disse que Fernando Henrique Cardoso está sendo ``vítima" de divergências entre os ministros Pedro Malan (Fazenda) e José Serra (Planejamento). ``O presidente da República é vítima de um desentendimento dentro da área econômica. Faz oito meses que a proposta A não conversa ou não se entende com a proposta B", disse Britto. O governador afirmou ter conversado com o presidente sobre a necessidade de ele ``enfrentar as dificuldades internas e apresentar uma proposta". Britto disse ter certeza de que FHC concorda com ele sobre essa avaliação. Britto conversou ontem de manhã com o ministro da Justiça, Nelson Jobim (PMDB), sobre a reforma tributária. Jobim faz a coordenação da elaboração do texto final da emenda constitucional. Britto disse ter ``esperança" de que ele aprofunde os estudos. O governador do Rio Grande do Sul também criticou a demora no envio da proposta ao Congresso: ``É como um jogo de futebol sem bola. Não existe a proposta." Ele defendeu que o governo envie rapidamente a proposta e dê tempo para que ela seja discutida. ``O problema é que a gente não está vendo a proposta. O que vem sendo comentado é muito pouco para uma reforma tributária." Antônio Britto disse que além de mudar o nome de dois tributos, o governo estaria avaliando medidas para reduzir os impostos incidentes sobre a cesta básica e para desonerar as exportações. ``Não é preciso reforma tributária para isso", disse. Britto defendeu a aprovação de todas as quatro reformas que devem ser discutidas pelo Congresso -tributária, previdenciária, administrativa e política. Também afirmou que a volta do Imposto Provisório sobre Movimentações Financeiras precisa ser acompanhada de uma reforma na saúde para evitar o aumento da alíquota dessa contribuição em 1996. Ex-ministro da Previdência, ele evitou críticas à proposta de emenda constitucional nesta área. ``Veja a diferença dessa proposta com a tributária. Nesta, tem como ser a favor e tem como ser contra. Como é que alguém pode ser contra ou a favor do que não está posto nem no papel?", afirmou. Texto Anterior: Líderes têm divergências sobre reformas Próximo Texto: Para FHC, visão é ``míope" Índice |
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