São Paulo, terça-feira, 1 de agosto de 1995
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Operação no Iraque gera débito de R$ 806 mi

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Tesouro deve R$ 5,091 bilhões ao Banco do Brasil, pelos cálculos da área de contabilidade do banco.
Um dos maiores débitos -R$ 806 milhões- resultou de dois empréstimos concedidos à empresa Mendes Júnior e não pagos em função da Guerra do Golfo, ocorrida em 1991.
A empreiteira recebeu os empréstimos do banco para adquirir os equipamentos necessários para executar duas grandes obras no Iraque.
Havia uma recomendação técnica do banco contrária à operação, mas o governo federal autorizou a liberação do recurso.
A Guerra do Golfo fez a Mendes Júnior abandonar o empreendimento sem pagar os empréstimos. Para receber o seguro desta operação, o banco precisaria obter um documento da ONU afirmando haver guerra permanente naquele país.
Como era uma operação de leasing (aluguel com opção de compra), os equipamentos da empreiteira foram transferidos para o banco, mas não são utilizados e estão abandonados no Iraque. Apenas o reconhecimento do estado de guerra permanente caracterizaria a impossibilidade de recuperá-los.
Há setores do banco que defendem o pagamento deste débito pelo Tesouro, mas existem divergências no governo em relação à responsabilidade sobre esta dívida.
A área de contabilidade do Banco do Brasil calcula ter 29 créditos a receber da União. O pagamento de apenas uma parte está sendo acertado. Dos 29 créditos, 8 são reconhecidos e os outros 21 dependem de negociação.

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