São Paulo, terça-feira, 1 de agosto de 1995 |
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Pânico em Copacabana
NELSON DE SÁ
- Pânico em Copacabana! Foi o resumo do dia, na zona sul e no Rio inteiro. A manchete da CBN deu o quadro completo. - Tiroteio, sequestro e um assalto a carro-forte em mais um dia de violência no Rio. Foi tal a violência, tantos os crimes, que a cobertura abriu trágica e terminou cômica, até onde é possível ser cômico, na violência. Do início: - Empresário é sequestrado num condomínio da Barra da Tijuca. Em dois carros, sem despertar suspeitas, um grupo entrou e apanhou o empresário quando ele caminhava do clube para casa. Cai assim o mito da segurança dos condomínios, já que o Novo Leblon é guardado por 50 homens. Entra o âncora, ``e tem mais violência no Rio": - Cinco presos escapam da delegacia de Copacabana. Na hora em que fugiam, balearam um soldado. Um dos presos se arrependeu e foi morto pelos bandidos. Outros três roubaram o Escort de uma mulher que passava e escaparam. O quinto bandido foi morto na hora em que roubou um Gol. Um cabo foi morto na perseguição. Entra o âncora, com enfado, ``agora tem mais violência no Rio". E duas em sequência, e começa a comédia: - Assalto a carro-forte não pôde ser registrado por falta de delegado. O carro foi assaltado na Universidade Federal do Rio. Os assaltantes trancaram os quatro vigilantes no carro-forte. O gerente da empresa levou o veículo até a delegacia, mas, como não havia delegado, foi para a Divisão de Crimes contra Instituições Financeiras. Com isso tudo, os vigilantes ficaram quatro horas trancados. Mais tragicomédia: - Uma tentativa de assalto à De Millus, no Rio, deixa em pânico as 3.000 funcionárias. Dez homens armados tomaram a segurança, mas não roubaram nada, porque não sabiam onde ficava o setor de pagamentos. Na saída, houve uma troca de tiros. Centenas de mulheres em pânico se aglomeraram pelos corredores, fugindo em todas as direções. Várias funcionárias desmaiaram e 30 precisaram ser levadas para um hospital. Esta segunda era dia de pagamento na De Millus, fabricante de roupas íntimas femininas. A violência é tamanha, que ridiculariza a tragédia. Texto Anterior: Portugal barra dois por mês Próximo Texto: Argentina indenizará famílias brasileiras Índice |
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