São Paulo, terça-feira, 1 de agosto de 1995
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Árvore muda trajeto da Faria Lima

VICTOR AGOSTINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Para evitar o corte de um jequitibá-rosa de 36 anos de idade que estava no trajeto da nova avenida Faria Lima, no Itaim (zona sul de São Paulo), a prefeitura vai desapropriar mais cinco casas e terrenos.
O desvio obriga a prefeitura a fazer nova desapropriação de aproximadamente 800 metros quadrados no bairro do Itaim.
Como, em média, o metro quadrado no bairro está cotado em R$ 1.000,00, manter a árvore no local poderá custar para o município algo em torno de R$ 800 mil em desapropriações.
O jequitibá-rosa foi plantado pela moradora Irene Lewin, em 1959, na esquina das ruas Aspásia e Sertãozinho. Hoje, a árvore atinge mais de 15 metros de altura.
Em janeiro do ano passado, durante uma visita do prefeito Paulo Maluf ao bairro, cerca de trinta moradores protestaram contra a construção da avenida e pediram que o prefeito não derrubasse a árvore.
Maluf, então, assumiu o compromisso de deixar o jequitibá-rosa intacto.
Para isso, desviou a avenida e vai agora construir um canteiro central para não mexer com a árvore. Para o arquiteto Julio Neves, autor do traçado na nova Faria Lima, vale a pena gastar R$ 800 mil para ``salvar" a árvore.
``Que eu saiba só existem dois jequitibás-rosas daquele tamanho na cidade. Sua remoção não é tão simples", declarou o arquiteto.
A Faria Lima está projetada com três pistas de cada lado e 40 metros de largura.

Desapropriações
Todo o processo de desapropriação da área complementar, ao lado do jequitibá-rosa, já está no Desap-7 (órgão da Secretaria dos Negócios Jurídicos da prefeitura) para providências finais.
A prefeitura terá que decretar a utilidade pública dessa área complementar.
Esse procedimento administrativo que antecede a desapropriação -e mesmo a própria desapropriação- não precisa passar pela Câmara Municipal.
Segundo a assessoria do secretário municipal de Obras e Vias Públicas, Reynaldo de Barros, só dois novos imóveis serão desapropriados.
Os outros três já estavam parcialmente desapropriados pela lei 7.104, de 1968, que aprovou o prolongamento da Faria Lima.

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