São Paulo, quinta-feira, 3 de agosto de 1995
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PFL-RJ diz não apoiar medida impopular

SILVIA NORONHA
DA SUCURSAL DO RIO

Os deputados do PFL do Rio prevêem um segundo semestre difícil para o governo, no que diz respeito à aprovação de projetos impopulares, porque os pedidos de nomeação de diretores de estatais não foram atendidos.
``Medida impopular não vai passar no Congresso. Para sofrer desgaste político, só com compensações", afirmou ontem o presidente do PFL do Estado do Rio, deputado Arolde de Oliveira.
Ele disse que essa compensação poderia ter sido dada com a nomeação dos indicados para ocupar cargos federais no Estado.
Uma das medidas que, segundo Oliveira, traria desgaste político é a aprovação da CMF (Contribuição sobre Movimentação Financeira). Oliveira acrescentou que gostaria de participar do governo ``até com nomeações de pessoas competentes" para cargos públicos no Estado do Rio.
Ele se disse insatisfeito com as nomeações para a diretoria da Telerj (a empresa de telecomunicações do Rio) porque a base governista do Rio foi contrariada.
Oliveira pediu ao ministro das Comunicações, Sérgio Motta, que mantivesse Pedro Leon Schneider na diretoria técnica da Telerj. O ministro disse ao deputado que atenderia o pedido, mas nesta semana Schneider deixou o cargo.
Oliveira afirma que, ao tomar essa atitude, Motta desagradou 21 deputados da bancada fluminense. A nova diretoria da Telerj tomou posse anteontem.
Ontem mesmo, após reunião com Oliveira em Brasília, Motta retrucou. ``A Telerj tem uma diretoria excepcional de profissionais para resolver os problemas da empresa, que está praticamente falida", disse.
O deputado Roberto Procópio Lima Netto (PFL-RJ) reclamou da ``falta de espaço" dado pelo governo FHC ao PFL no Rio.
Lima Netto disse que vai assumir uma postura crítica em relação ao governo. Ontem, em entrevista concedida em Brasília por telefone, ele atacou José Serra.
``O ministro José Serra está trabalhando para ser governador de São Paulo, e não como ministro do Planejamento", declarou.
Já o deputado Rubem Medina disse acreditar em um segundo semestre ``penoso" para o governo.
Pelas conversas que teve em Brasília, ele percebeu que a bancada do PFL não foi atendida em nenhuma de suas indicações para os cargos que haviam sido prometidos pelo governo.

Colaborou a Sucursal de Brasília

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