São Paulo, quinta-feira, 3 de agosto de 1995
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Jornais publicam texto de terrorista

DANIELA FALCÃO
DE NOVA YORK

Os jornais ``The New York Times" e ``The Washington Post" publicaram ontem parte do manifesto que o terrorista conhecido como Unabomber enviou aos dois jornais em 24 de junho passado.
Os editores do ``Times" e do ``Post" afirmaram que ainda não decidiram se publicarão na íntegra o texto (62 páginas manuscritas).
Os trechos divulgados ontem representam 10% do total do manifesto. O texto original ocuparia entre sete e dez páginas de jornal.
Em carta enviada aos editores junto com o manuscrito, o Unabomber prometeu parar de matar se pelo menos um dos dois veículos publicasse seu texto na íntegra.
Também exigiu que os editores se comprometessem a divulgar mensagens suas durante três anos.
Desde 1978, o Unabomber matou três pessoas e feriu 23 em 16 atentados a bomba nos EUA.
Segundo Arthur Sulzberger Jr., editor do ``The New York Times", os trechos publicados ontem foram escolhidos porque tinham ``interesse jornalístico".
Sulzberger disse que ainda está conversando com editores do ``Post" e com o FBI (polícia federal dos EUA) para decidir se publica o texto integral.
``O mais polêmico é a exigência de que os jornais garantam espaço durante três anos para que o Unabomber se manifeste. Como ele vive escondido, não dá para negociar e isso atrapalha uma decisão definitiva", afirmou.
Sulzberger não quis dizer quando os jornais anunciarão o que vão fazer com o resto do manifesto.
Segundo a Folha apurou, os jornais deverão esperar até o fim do prazo (em 24 de setembro) para informar o que decidiram.
O FBI está enviando trechos do manifesto para cerca de 50 professores universitários dos Estados de Illinois, Utah e Califórnia na tentativa de descobrir sua identidade.
A esperança da polícia é que algum professor reconheça o manifesto, que pode ter sido pedaço de tese defendida pelo Unabomber.
As cinco universidades escolhidas ficam em cidades onde já houve atentados do terrorista -Northwestern e Illinois University, em Chicago; University of Utah, em Salt Lake City e Universidade da Califórnia.
Os professores contatados são das áreas de história da ciência, tecnologia, psicologia ou sociologia -principais temas abordados pelo Unabomber no manifesto.
``Acreditamos que ele possa ter sido aluno, professor ou mantido algum vínculo com esses departamentos", disse Loius Frech, diretor do FBI.

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