São Paulo, quinta-feira, 3 de agosto de 1995
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TRECHOS DO MANIFESTO

A revolução industrial e suas consequências foram desastrosas para a humanidade. Aumentaram a expectativa de vida de quem vive nos países ``adiantados", mas desestabilizaram a sociedade, tornaram a vida insatisfatória, sujeitaram os seres humanos a indignidades e infligiram sofrimento psicológico (e, no Terceiro Mundo, sofrimento físico também).
Por isso somos favoráveis a uma revolução que destrua essa sociedade industrial. Seu objetivo não será derrubar governos, mas derrubar a base industrial e tecnológica da sociedade.
Para evitar sentir culpa, as pessoas precisam se iludir continuamente sobre as próprias motivações e achar explicações morais para sentimentos e ações que, na verdade, têm origem não-moral.
A maioria das pessoas adquire auto-estima, autoconfiança e um senso de poder por meio do processo do poder, ou seja, ter uma meta, fazer um esforço autônomo e atingir aquela meta. Quando não se tem como passar pelo processo de poder, as consequências são tédio, desmoralização, derrotismo, ansiedade, depressão, frustração, hostilidade, abuso de crianças, comportamento sexual anormal, distúrbios alimentares, etc.
Os conservadores são idiotas. Eles se queixam do declínio dos valores tradicionais, mas apóiam o progresso tecnológico e o crescimento econômico. Não percebem que não se podem provocar mudanças rápidas e drásticas na tecnologia e na economia sem causar mudanças rápidas em todos os outros aspectos da sociedade.
É quase impossível para a maioria dos indivíduos ou grupos pequenos exercer um impacto sobre a sociedade com palavras. Tomemos nosso caso: para conseguir que nossa mensagem chegasse ao público com alguma chance de exercer um impacto duradouro, tivemos que matar pessoas.
Há duas tarefas para aqueles que odeiam a servidão à qual o sistema está reduzindo a raça humana. Primeiro, devemos trabalhar para intensificar as tensões sociais no interior do sistema. Segundo, é preciso desenvolver e propagar uma ideologia que se oponha à tecnologia e ao sistema industrial. As fábricas devem ser destruídas, e os livros técnicos, queimados.
O homem médio pode controlar seu carro ou seu computador pessoal, mas o controle dos grandes sistemas de máquinas ficará nas mãos de uma minúscula elite -como está hoje, mas com duas diferenças: a elite terá maior controle sobre as massas, e como o trabalho humano não mais será necessário, as massas serão supérfluas, um ônus inútil ao sistema.
Se a elite for implacável, ela poderá simplesmente decidir eliminar a massa da humanidade. Se for humanitária, poderá usar propaganda ou outras técnicas para reduzir o índice de natalidade até a massa da humanidade se extinguir.

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