São Paulo, quinta-feira, 3 de agosto de 1995
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J.F.K. é um momento que permanece

DAVID DREW ZINGG
COLUNISTA DA FOLHA

Todo norte-americano -e a maioria dos brasileiros com mais de 25 anos- pode dizer onde estava em 22 de novembro de 1963. Esse, claro, foi o dia em que John Fitzgerald Kennedy foi assassinado em Dallas, Texas.
Há momentos que permanecem estampados na vida de toda uma geração.
Eu estava em Nova York preparando uma reportagem sobre Brasília para uma revista mensal da Gringolândia. Na atmosfera surreal da morte de Kennedy, nós repetíamos e repetíamos as mesmas palavras: ``Eu não consigo acreditar". Eventualmente, essa inabilidade em crer se transformou em uma recusa determinada.
``Jack" Kennedy foi uma perda dupla para mim. Muito antes dele ter se tornado um notável na vida política, velejei muitas vezes, competindo com ele em regatas no resort de verão Hyannisport, em Cape Cod.
Mais tarde, quando ``Jack" virou o poderoso e mais distante ``Mr. President", muitas vezes o fotografei na Casa Branca.
Agora, os mais importantes atores no sombrio drama de Kennedy foram varridos de seu palco shakespeariano pelo tempo e seu mais incansável rival, a morte.
John Kennedy, ele mesmo, passou de homem para mártir e de mártir para mito. Com ele foi seu amargamente ambicioso pai, Joe, e talvez o melhor do clã, seu forte irmão caçula, Bobbie. Morta também está a graciosa dama que deu civilidade ao sonho de um Camelot americano, Jacqueline.
O que restou foram alguns discursos convocando os americanos à grandeza e a rarefeita memória de um homem da Nova Inglaterra que acreditava que, para ser grande, a pessoa deve aproveitar as oportunidades.

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