São Paulo, sexta-feira, 4 de agosto de 1995
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Debate na Câmara vira festival de gafes

Deputados confundem economia e nome

GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado e empresário Luciano Pizzatto (PFL-PR) acreditava ontem ter descoberto um monumental equívoco do governo: com base em dados do Banco Central, Pizzatto sustentou que as exportações superaram as importações em US$ 2,5 bilhões durante os primeiros quatro meses do ano.
Para o deputado, era a confirmação de que toda a política econômica do primeiro semestre, voltada para a reversão dos déficits comerciais, estava equivocada. Pelos dados oficiais divulgados até hoje, o déficit acumulou mais de US$ 4 bilhões até junho.
``Nós temos, na balança comercial, uma situação equilibrada, superavitária, demonstrando a capacidade do empresariado brasileiro", disse Pizzatto ontem ao presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, durante debate na Câmara dos Deputados.
Loyola, convidado para falar na Comissão de Direitos do Consumidor sobre cheques pré-datados, percebeu que o deputado estava cometendo um erro básico: confundir a balança comercial, deficitária, com a balança comercial cambial, superavitária.
A balança comercial reflete as entradas e saídas de mercadorias pelos portos e aeroportos do país. Balança cambial, por sua vez, aponta o fluxo de dólares resultante das transações comerciais.
Não foi, porém, a única confusão do dia. Sarney Filho, que presidia a sessão da comissão, chamou o presidente do BC de ``Gustavo Loyola Brandão", uma confusão com o escritor Ignácio de Loyola Brandão.
Wilson Branco (PMDB-RS) reclamou do fechamento de ``pequenas agências do BC" no Estado, e pediu que Loyola abrisse uma linha de crédito para pescadores artesanais -o BC não possui agências nem opera crédito, uma função do Banco do Brasil.

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