São Paulo, sexta-feira, 4 de agosto de 1995
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Empresas admitem receber dívida em títulos

XICO SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Os empreiteiros de São Paulo e o governo Covas iniciaram negociações para tentar trocar uma dívida de R$ 2,5 bilhões por títulos estaduais -papéis que têm o valor de moeda no mercado financeiro.
Essa seria uma saída para a falta de recursos do Estado, que não dispõe de dinheiro para saldar a dívida deixada pela gestão Luiz Antonio Fleury Filho (1991-94).
As negociações irão se desenrolar entre técnicos do governo e uma equipe da Apeop (Associação Paulista dos Empresários de Obras Públicas), que representa cerca de 400 firmas com dívidas a receber.
A iniciativa da troca dos recursos por títulos foi da Apeop, que montou uma equipe de técnicos somente para estudar o assunto e negociar com o Estado.
O governador Mário Covas (PSDB) tem se recusado a tratar pessoalmente com os empreiteiros sobre esse assunto. Esse tipo de negociação no Palácio dos Bandeirantes era comum em governos anteriores.
Depois que tomou posse, em janeiro, Covas recusou vários pedidos de audiência encaminhados pela Apeop.
A orientação do governo, segundo apurou a Folha, é para que as negociações sejam feitas com técnicos das secretarias estaduais.
Para tentar sensibilizar Covas sobre os efeitos da dívida, os empreiteiros têm mostrado o reflexo da falta de pagamento no nível de desemprego na construção civil em São Paulo.
Além da troca direta de títulos pela dívida, mais duas propostas serão postas na mesa de negociação pelos construtores.
1) Pagamento em dinheiro de pelo menos R$ 250 milhões para um grupo de cem empreiteiras.
2) Troca da dívida por produtos de fornecedores de materiais de construção (cimento, ferro etc.) que devem dinheiro ao Estado.
Como muitos fornecedores devem ao Estado, os empreiteiros receberiam pelo menos uma parte da dívida diretamente dessas firmas.
Isso resolveria a dificuldade do governo em receber esses recursos de fornecedores. O órgão que mais deve é o Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A).

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