São Paulo, sexta-feira, 4 de agosto de 1995
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Cerqueira quer demitir envolvidos

ST
DA SUCURSAL DO RIO

O delegado Hélio Luz abriu inquérito para descobrir os autores de frases e ofensas irradiadas pelo rádio da Polícia Civil.
A ordem foi do secretário da Segurança, Nilton Cerqueira, que quer demitir os envolvidos.
Ao final, Luz emitiu nota em que anunciou o apoio dos novatos a ele e ao secretário -até agora, a única manifestação favorável recebida de policiais.
Segundo Luz, a crise na Polícia Civil do Rio é causada por ``uma minoria inconformada com o fim de privilégios" acumulados ao longo de décadas.
Essa crise vem sendo fomentada desde maio, quando Cerqueira, general da reserva do Exército, assumiu o comando da Secretaria da Segurança.
As declarações de Cerqueira de que faria uma ``faxina" na área de segurança irritaram policiais, historicamente inconformados com baixos salários.
Hoje, um detetive em início de carreira ganha por mês R$ 300 (três salários mínimos).
Há 30 anos na Polícia Civil, o escrivão Josafá Cândido da Silva, 52, mostrava ontem o recibo do salário que, com gratificações, somava R$ 604,95.
A revolta dos policiais se intensificou em junho, quando Cerqueira nomeou Luz para a chefia de Polícia Civil. Luz é odiado por delegados e policiais veteranos devido à sua fama de avesso à corrupção.
``Ele vive dizendo que todo policial é corrupto. Só ele que não é", disse o presidente da Coligação dos Policiais Civis, Carlos Eustáquio Pacheco.
Neste ano, já foram afastados 70 policiais civis suspeitos de envolvimento com crimes.
``Mudou a relação na Polícia Civil. A conduta vai ter que mudar. Não haverá tolerância. O desvio de conduta vai ser punido", disse Luz.

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