São Paulo, sexta-feira, 4 de agosto de 1995
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Governo amplia prazo de financiamento para carros

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo aliviou ontem a contenção de crédito ao consumidor, beneficiando o setor automobilístico. O financiamento para a compra de automóveis e utilitários foi ampliado de três para seis meses.
O Banco Central também liberou o prazo do financiamento para compra de ônibus, caminhões, tratores, máquinas agrícolas e equipamentos rodoviários -que estava restrito a três meses.
As medidas adotadas ontem não incluem o financiamento com recursos bancários de eletroeletrônicos e eletrodomésticos, que continuam limitados a três meses.
O governo permitiu ainda o retorno dos lances nos consórcios de caminhões, ônibus, tratores, máquinas agrícolas, aeronaves, equipamento rodoviário, embarcações e imóveis. O lance estava proibido nos consórcios formados após outubro de 1994.
Continuam proibidos os lances nos consórcios de veículos formados após outubro do ano passado.
As mudanças foram adotadas no mesmo momento em que empresários de diversos setores reclamam das restrições ao consumo.
Para o presidente do BC, Gustavo Loyola, as mudanças aconteceram porque não há mais tanta necessidade de restringir o consumo de veículos. Elas foram aprovadas ontem durante reunião de diretoria do BC. As restrições vigoravam desde outubro do ano passado.
Segundo Loyola, a flexibilização das medidas de restrição ao crédito e ao consumo será feita gradualmente. Ele disse que, mais à frente, poderá ser reduzido o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) em operações de crédito, elevado em abril último.
``Nós estamos procurando observar o comportamento da economia e gradualmente retirando ou adaptando as medidas de restrição", afirmou Loyola.
Tudo, porém, será feito lentamente para não voltar a situação do primeiro trimestre deste ano, quando havia aquecimento excessivo da economia. O setor de eletroeletrônicos e eletrodomésticos, para Loyola, continua aquecido.
O financiamento em até seis meses vai valer para todos os tipos de carros, incluindo os novos, usados e populares (Uno Mille e Escort Hobby, por exemplo). Loyola afirmou que o setor de veículos é dependente do crédito e já existe acúmulo de estoques.
Os caminhões, ônibus, tratores e máquinas agrícolas tiveram o prazo de financiamento liberado porque, segundo Loyola, ajudam a aumentar a produção do país.
``O retorno dos lances trará efeito imediato nos consórcios de caminhões e ônibus", disse Loyola, para quem os consorciados passarão a se valer dos lances para renovar suas frotas. O prazo deste tipo de consórcio ficou mantido em até cem meses.
Ele disse que os recentes pedidos de concordata da Mesbla e da Casa Centro não caracterizam um desaquecimento generalizado da economia, e sim problemas específicos das duas empresas.
O BC ainda estuda novas medidas para os consórcios, que poderão ser adotadas ainda neste mês. Loyola disse, porém, que a fixação de um prazo mínimo de 50 meses para os consórcios ainda não é consenso no governo.

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