São Paulo, sábado, 5 de agosto de 1995
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Venezuela será sócia em nova refinaria

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

A Petrobrás vai construir a sua próxima refinaria, no Norte ou Nordeste do país, em parceria com a estatal venezuelana PDVSA (Petróleo de Venezuela S.A.).
A informação é do presidente da estatal brasileira, Joel Mendes Rennó.
Segundo Rennó, a localização da refinaria será definida ``no quarto trimestre deste ano". Disputam a fábrica os Estados do Pará, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco.
O estudo preliminar sobre a localização concluído em fevereiro deu um virtual empate técnico, com ligeira vantagem para Pernambuco.
Segundo Rennó a Petrobrás está passando ``um pente fino" nos dados de mercado para se decidir.
A refinaria em parceria com a PDVSA será a primeira do Brasil que não será 100% de propriedade da Petrobrás. Rennó disse que o percentual de participação da empresa venezuelana ainda está sendo negociado.
A abertura para parcerias nas suas diversas áreas de atividades é a principal estratégia da Petrobrás para enfrentar a nova situação do mercado a partir da virtual perda da função de executora do monopólio estatal do petróleo, em votação pelo Congresso Nacional (já aprovada pela Câmara dos Deputados).
Com as parcerias, a estatal espera ganhar mais competitividade para enfrentar a concorrência e fazer investimentos.
Segundo Rennó, a PDVSA tem larga experiência no mercado de refino de petróleo, sendo dona de três refinarias na própria Venezuela e de oito em outros países.
No Brasil existem hoje 11 refinarias, todas da Petrobrás.
Como a Petrobrás, a PDVSA exerce o monopólio estatal do petróleo na Venezuela, maior produtor de petróleo da América do Sul (mais de 2 milhões de barris/dia) e terceiro das Américas (perde para EUA e México).
A indústria do petróleo venezuelana foi nacionalizada em 1976. As três áreas que pertenciam a empresas internacionais passaram a ser administradas por três estatais, a Corpoven, a Maraven e a Lagoven.
A PDVSA é a empresa que controla essas três empresas. A Corpoven é quem está negociando com a Petrobrás.
A nova refinaria brasileira está projetada para uma capacidade de processar 200 mil barris de petróleo/dia. Seu custo total está calculado em aproximadamente US$ 1,6 bilhão.
(FS)

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