São Paulo, domingo, 6 de agosto de 1995
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Procurador quer CPI para apurar caso

ROBERTO PEREIRA DE SOUZA
ESPECIAL PARA A FOLHA

O procurador da República Artur Gueiros, um dos signatários da denúncia sobre a suposta venda de granadas para a Líbia acredita que o caso merece a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
"Abrimos esse processo para apurar o aparecimento de granadas nas mãos de traficantes nos morros do Rio de Janeiro, mas pessoalmente acho que uma medida mais abrangente deve ser tomada", diz.
Ele diz ser favorável a uma CPI ``para apurar como e por que o Brasil entrou na operação Irã-Contras". ``É preciso apurar responsabilidades até o último escalão", diz.
Segundo o procurador, os documentos apreendidos ``mostram diferença de peso de carga acima de 4 toneladas" e ``há uma série de problemas nas guias da Cacex". Gueiros acredita que ``uma grande operação ilegal tenha sido montada para abastecer guerrilheiros nicaraguenses."
Há vários casos de apreensão de armas brasileiras no exterior, com indícios de venda ilegal. Mas não parece haver interesse na apuração.
No caso da Explo e da Jabour, diante da falta de explicação convincente dos envolvidos, a Procuradoria da República decidiu denunciar sete pessoas: Jacaúna Cordeiro, 66, tenente-coronel reformado do Exército e ex-diretor de vendas da Explo; João Chiarelli Filho, 41, atual presidente da empresa; Antonio Rodolfo Becher de Moura, 55, engenheiro e ex-gerente da fábrica; o diretor financeiro, Arnaldo Cesar Vianna, 54; e três diretores da Jabour Exportadora, Jorge Jabour Mauad, 62, seu
filho João Luiz di Giorgio Mauad, 35, e Carlos Eduardo Sadok de Sá Motta, 49, acionista da exportadora até 92.
João Chiarelli Filho é o único que não participou da negociação, embora fosse funcionário de uma empresa do grupo, a Eminex.
(RPS)

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