São Paulo, domingo, 6 de agosto de 1995
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Para FHC, Mercosul enfrenta ameaças

LUCAS FIGUEIREDO
ENVIADO ESPECIAL A ASSUNÇÃO

Para o presidente Fernando Henrique Cardoso, as dificuldades enfrentadas pelos países-membros do Mercosul (Mercado Comum do Sul) nas negociações de questões econômicas individuais ``podem ameaçar" o projeto de criação da união aduaneira e da zona de livre comércio.
A afirmação está no discurso que FHC preparou para a abertura da reunião de cúpula do Mercosul, em Assunção, ao qual a Folha teve acesso ontem.
``Precisamos enfrentar as dificuldades pontuais com criatividade e dinamismo. Mas também precisamos elevar-nos acima dos percalços cotidianos, que sempre existirão e que podem ameaçar o nosso projeto", diz o presidente brasileiro em seu texto.
Participam da reunião de cúpula, além de FHC, os presidentes dos outros três países que integram o Mercosul: Juan Carlos Wasmosy (Paraguai), Julio María Sanguinetti (Uruguai) e Carlos Menem (Argentina).
Outros dois presidentes estão em Assunção para negociar acordos em separado com o Mercosul: Gonzalo Sánchez de Lozada (Bolívia) e Eduardo Frei (Chile).
FHC reconhece, em seu discurso, que a adaptação dos países-membros às políticas econômicas individuais continuará sendo um ponto crítico do Mercosul.
``O trabalho ainda não está terminado", afirma FHC, referindo-se ao ``esforço para adaptar" as dinâmicas individuais de tomadas de decisão na área econômica.
O presidente também reconhece que as alterações na política econômica do Brasil afetam seus parceiros comerciais.
Durante a semana, na 8ª Reunião do Conselho do Mercosul, o Brasil foi alvo de críticas dos governos uruguaio e paraguaio. O país estaria, supostamente, abusando de seu poder no Mercosul para realizar alterações unilaterais que afetam seus parceiros.
Para FHC, as divergências entre os parceiros do Mercosul não impedirão a união aduaneira e a criação da zona de livre comércio. ``O interesse comum supera em muito as eventuais divergências".

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