São Paulo, domingo, 6 de agosto de 1995
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Importador ganha volume

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

Ricardo Rahmé, 37, importador, atacadista e varejista de bichos de pelúcia da China há quatro anos, diz que a ``invasão" destes brinquedos é uma tendência ``irreversível" no Brasil.
Com importações no valor de US$ 50 mil por mês, Rahmé, que representa 30 fabricantes de brinquedos da China no Brasil, está agora organizando ``clubes de importação" entre os lojistas.
A idéia é reunir pequenos grupos de varejistas para obter os descontos dados pelos chineses nas importações diretas em grandes volumes.
Rahmé, formado em administração de empresas pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), deixou há seis anos um emprego no Banco Crefisul para ``realizar o sonho de ter um negócio próprio".
Em 91, ele descobriu um verdadeiro ``negócio da China" na importação de brinquedos do Oriente.
Com capital inicial de US$ 50 mil, criou a Freeport, importadora e distribuidora dos brinquedos chineses. Há um ano, abriu uma loja de brinquedos em um shopping paulista.
Rahmé considera a importação de bichos de pelúcia da China um bom negócio:
``Os produtos importados têm pouca concorrência aqui. A concorrência é dos outros importadores porque a indústria nacional não consegue competir com a China em preço, qualidade e variedade de modelos", diz.
Rahmé, obviamente, é contra o aumento das alíquotas de importação. Segundo ele, já há muita proteção para o produtor nacional, porque um brinquedo importado, em comparação com seu preço de fábrica, entra 100% mais caro no Brasil.
Este ano, a Freeport vai importar 45 mil unidades de bichos de pelúcia da China.
Segundo Rahmé, um ursinho Panda, tamanho médio, sai por US$ 10 da China, com intermediação dos escritórios de Hong Kong, chega a São Paulo por US$ 20, e é vendido, no varejo, por US$ 35.
Rahmé afirma, porém, que, devido à acirrada concorrência de novos importadores ``já não dá mais para deitar e rolar".
(ACS)

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