São Paulo, domingo, 6 de agosto de 1995
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Fusões despertam atenção sobre nova lei

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Os supernegócios desta semana na área de TV deram ainda mais destaque à votação na sexta-feira da nova lei de telecomunicações dos EUA. Mas não alteraram o resultado. Como se previa, a idéia de retirar quase todos os controles estatais sobre o setor foi aprovada.
O presidente Bill Clinton e seus aliados, que usaram as compras de ABC e CBS como exemplo do perigo de monopolização, perderam.
A imagem que eles pretendem passar ao público para justificar o aguardado veto presidencial é a de que poucas gigantescas empresas vão controlar a informação.
A proposta aprovada passa a permitir, por exemplo, que uma só empresa seja a dona de jornais, rádio e TV na mesma cidade.
O empresário de origem australiana Rupert Murdoch, dono da Fox, teve que se desfazer, na década de 80, de emissoras de televisão e jornais por causa das restrições que agora podem cair.
Se o projeto se transformar em lei, Westinghouse e CBS não precisarão vender nenhuma das 15 emissoras de TV que possuirão em conjunto porque deixará de existir o atual limite de 12 por empresa.
A Disney, que tem uma emissora de TV em Los Angeles, poderá manter a que ali pertence à ABC, porque a atual restrição de que uma só empresa não pode controlar mais do que uma emissora por cidade também vai cair.
Na quarta-feira, o mais influente jornal do país, ``The New York Times", publicou editorial em que condenou as fusões. Ele ataca a ``ameaça" representada pela possibilidade de ``uma só empresa deter o controle de todas as fontes de informação e entretenimento de uma comunidade".
Ao contrário de vários de seus concorrentes, como ``USA Today", ``The Washington Post" e, a partir desta semana, ``The Wall Street Journal", o ``Times" tem pouca entrada na radiodifiusão.
Sejam quais forem as razões do jornal, o receio por ele expressado é compartilhado por outros setores, que vão tentar se fazer ouvir quando o veto for votado.

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