São Paulo, domingo, 6 de agosto de 1995
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Cavalos de cinco países correm hoje o GP Brasil

FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO

Cavalos de Brasil (13), Argentina (3), Estados Unidos (2), Chile (1) e França (1) disputarão, às 16h25 de hoje, no Rio, a mais importante e tradicional prova do turfe brasileiro: o Grande Prêmio Brasil, promovido desde 1933.
Em pouco mais de dois minutos, 20 cavalos irão em busca de um total de R$ 2,5 milhões em prêmios, R$ 1 milhão apenas para o proprietário do cavalo vencedor.
O treinador do vitorioso ficará com R$ 120 mil; o jóquei, com R$ 100 mil.
O páreo será corrido em 2.400 m na pista de grama do hipódromo da Gávea, na zona sul do Rio.
O resultado do GP irá também definir o ganhador de R$ 5 milhões, o prêmio principal do ``sweepstake" -espécie de loteria vinculada ao resultado do páreo.
Ganhará o prêmio o apostador que tiver comprado o bilhete com a ordem de chegada dos seis primeiros colocados. Os bilhetes são vendidos lacrados. Não há possibilidade de escolher os cavalos.
Estes são, respectivamente, os números de Much Better, Gran Ducato, El Sembrador e Celtic Arms, cavalos que têm sido apontados como os favoritos para conquistar o GP.
Principal cavalo brasileiro, Much Better tem no currículo vitórias como a do GP Brasil do ano passado. Também em 94, venceu o GP São Paulo e dois páreos na Argentina.
Afastado das pistas há cinco meses -teve uma contusão em uma das patas-, Much Better passou todo este tempo em Itaipava, distrito de Petrópolis, na região serrana do Rio.
Lá, ao lado de outros 84 cavalos, ele cumpriu sua rotina de puro-sangue de corrida: alimentação especial, descanso e treinamentos em uma pista de areia.
Para evitar problemas de adaptação, Much Better só deveria chegar ao Rio na manhã de hoje. À tarde, será entregue a J.Ricardo, mesmo jóquei que o conduziu na vitória do ano passado.
O calor do inverno carioca -a temperatura chegou na quinta-feira a 31 graus Celsius- é outro trunfo de Much Better.
O chileno Gran Ducato e os argentinos -entre eles El Sembrador- saíram de temperaturas próximas de zero grau. Gran Ducato teve dificuldades para se alimentar nos primeiros dias no Rio.
Ao longo de 62 anos, o GP marcou a vida social do Rio.
Em 1954, uma manifestação do público naquele primeiro domingo de agosto ajudou a conturbar o já tenso clima político da época.
O então presidente Getúlio Vargas foi vaiado pela platéia ao chegar ao Jockey Club.
Acuado por acusações de corrupção e pelo suposto envolvimento de familiares e de integrantes de sua guarda pessoal no assassinato do major Rubem Vaz, ocorrido no dia 5, Vargas não chegaria vivo ao final do mês. Na manhã do dia 24, se matou com um tiro no coração.

NA TV
Manchete, a partir das 16h10; Globo, às 16h50

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