São Paulo, domingo, 6 de agosto de 1995
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Freud, Kafka e Shakespeare

``Durante muitos anos, ensinei que Freud é essencialmente Shakespeare prosificado: a visão da psicologia humana de Freud deriva, não de todo inconscientemente, de sua leitura das peças. (...)
A menos que se seja um religioso freudiano, essa é a antiga história da influência literária e suas ansiedades. Shakespeare é o inventor da psicanálise; Freud, seu codificador."

``W.H. Auden achava Kafka o espírito particular de nosso tempo. Sem dúvida, a expressão `kafkiano' assumiu um sentido fantástico para muitos de nós; talvez tenha se tornado um termo universal para o que Freud chamou de ``o fantástico", uma coisa ao mesmo tempo conhecido e também estranha.
De uma perspectiva puramente literária, esta é a era de Kafka, mais mesmo que a era de Freud. Este, espertamente seguindo Shakespeare, deu-nos nosso mapa da mente; Kafka sugeriu-nos que não podemos usá-lo para salvar-nos, nem de nós mesmos."
Trechos de ``O Cânone Ocidental", de Harold Bloom

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