São Paulo, domingo, 6 de agosto de 1995 |
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Novo desenho do Multishow ironiza psicanálise
SÉRGIO DÁVILA
Quer dizer, não deixe de ver se você assina o canal. É, o desenho é meio restrito, como o ótimo "O Crítico", da TVA. Por isso mesmo, também deve virar cult. São episódios semanais de meia hora, que contam um dia na vida de um psicanalista, seu filho, sua secretária, seus pacientes malucos, suas cantadas e amigos eventuais. Sutil, "Dr. Katz" tem diálogos rápidos e inteligentes, que lembram os do dramaturgo e cineasta David Mamet. Mas mais bem-humorados. Sabe festa de psicólogo? Com aquelas frases cheias de gerúndio e os chavões ("você tem de elaborar melhor a perda", "o importante é a gente estar tendo esse espaço para estar conversando")? A linguagem do terapeuta semicalvo de meia-idade é igualzinha. E o bate-bola? A certa altura, Dr. Katz pergunta a um paciente: "Você tem fantasias com sua mãe?" Ele responde: "Ela te contou?" E isso é só um aperitivo. Mas o mais interessante é a maneira como o desenho é feito. Atores de verdade, de um grupo de Boston (EUA), se reúnem toda semana e filmam as cenas. Então, um novo processo de computação, chamado "squiggle vision", os transforma em cartuns. Os traços são rudes, não há trilha sonora, só os personagens são coloridos e eles existem e usam os próprios nomes (Dr. Katz, por exemplo, é o comediante Jonathan Katz). A coisa toda é da Comedy Central, produzida pela HBO. Já tem até conferência na Internet para o desenho. Um dos tópicos é "e-therapy by Dr. Katz", em que você responde a perguntas múltiplas ("como você se sente hoje?", "fale-me de seus pais" etc.). No Multishow, vai passar todos os sábados, às 22h30. Na Internet, o endereço é: httt://www.comcentral.com/. Imperdível: "Dr. Katz" é a psicanálise sem autocrítica. Texto Anterior: Clubes da esquina Índice |
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